Cogna (COGN3) tem lucro líquido ajustado de R$ 985 mi no 4T24 e aprova dividendos

Kroton passa a se chamar Cogna

A Cogna (COGN3) apresentou seus resultados do quarto trimestre de 2024 e do ano fechado de 2024. “Um trimestre excelente, com crescimento de lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) em todas as frentes de negócios (B.U.)”, afirmou o CEO da companhia, Roberto Valério, em entrevista ao InfoMoney.

O lucro líquido ajustado ficou em R$ 985 milhões, revertendo prejuízo observado no ano anterior, de R$ 397 milhões. Em 2024, o lucro ajustado ficou em R$ 1,118 bilhão.

Em termos não ajustados, o lucro foi de R$ 925,83 milhões no trimestre, ante prejuízo de R$ 397,37 milhões no 4T23. Em 2024, o lucro ficou em R$ 879,87 milhões e foi marcado pela reversão para obtenção de lucro líquido pela primeira vez em 5 anos. Para o CEO, isso abriu a possibilidade de distribuição de dividendos.

A receita líquida atingiu R$ 2,16 bilhões no trimestre, superando as projeções da LSEG, que estimavam em R$ 2,112 bilhões. A alta foi de 13,2%. No ano, a alta foi de 8,9% e a receita alcançou R$ 6,422 bilhões. O crescimento principalmente foi apresentado nas frentes Kroton (e Kroton Med, focada em cursos de medicina) e Vasta/Somos. Já na divisão Saber, focada em conteúdos e soluções para educação básica, teve queda sazonal já esperada em receita em 2024, mas alta no Ebitda.

A queda da Saber é explicada pelo ciclo de compras de livros que são realizados. Tradicionalmente, o material é vendido como compra ou recompra ano a ano. Assim, em anos de prevalência de recompra, como foi 2024, é esperado que haja queda na receita, que, ainda assim, decresceu apenas 3,5%. Considerando que anos de compra, apesar de garantirem maior receita, também exigem maiores gastos em marketing, há compensação. E, ainda assim, houve crescimento de Ebitda no BU.

O Ebitda consolidado apresentou crescimento pelo 15º trimestre consecutivo. “Isso demonstra nossa estratégia consistente”, afirma Valério. O Ebitda do 4T24 ficou em R$ 1 bilhão, contra R$ 534 milhões observados no 4T23, alta de 87,7%. Na modalidade recorrente, o Ebitda ficou em R$ 812,3 milhões, apresentando crescimento de 47,2%. A margem Ebitda recorrente cresceu 8,7 pontos percentuais e ficou em 37,6%.

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“O crescimento do Ebitda foi orgânico, sem aquisições. Os mesmos ativos que geraram antes R$ 534 milhões agora geraram R$ 1 bilhão”, afirma o CEO da companhia. Com isso, outro destaque contábil foi a redução da alavancagem, para um patamar considerado mais confortável em 1,35 vez a relação entre a dívida líquida e o Ebitda.

“Entendemos que o nosso ponto ótimo é 1. Poderíamos baixar mais mas não seria eficiente do ponto de fiscal”, avalia Valério. A redução da alavancagem, que chegou ao mesmo patamar observado no quarto trimestre de 2018, tem relação tanto com trabalho de negociação e trocas por dívidas mais baratas, que tem sido realizado há alguns trimestres, quanto com o aumento na geração de caixa.

No trimestre, a geração de caixa livre ficou em R$ 199,4 milhões mesmo após o capex e o serviço de dívida, o que representa crescimento de 34,6%. No ano, após os pagamentos, o caixa livre ficou em R$ 395,4 milhões. A dívida líquida, por sua vez, ficou em R$ 2,8 bilhões, com queda de R$ 397 milhões ou 12,1%.

Segundo o CEO da companhia, mesmo após as reduções já observadas, é possível falar em mais ganho de margem por eficiência de custos fixos. Dentre os elementos que ainda serão revistos no período entre 2026-2029 estão, por exemplo, contratos de locação. O executivo comenta que inúmeros prédios locados pela companhia passam por subutilização no momento atual. Nos próximos anos, os contratos serão renegociados e redução de custos são esperados nessa frente.

Além disso, Valério comenta também a convergência de sistemas entre as unidades trará mais eficiência e, por consequência, custos menores. Atualmente, há três sistemas que são utilizados nas frentes da Cogna e há previsão de unificação, garantindo maior eficiência.

Investimentos em IA

Dentre as principais iniciativas que a companhia aposta está a inteligência artificial. O uso de agentes virtuais não é recente e, aos poucos, a Cogna conseguiu substituir diversos serviços operacionais por agentes digitais. Hoje, de acordo com o CEO, serviços de secretaria, financeiro, admissão de estudantes e atendimento já são realizados ou fortemente apoiados pela IA.

Agora, os esforços se mobilizam principalmente para criação, desenvolvimento e avanços de agentes de apoio à educação. A iniciativa já conta com assistente para aluno e professor, com testes já realizados com 100 mil alunos da BU Vasta/Somos. Outras funcionalidades de apoio à professores, como a elaboração de roteiros de aula, trilhas de questões e planejamento de aula, já estão realizadas por ferramentas de IA que tem acesso à base de dados na divisão do Anglo.

“Essa é uma visão que temos há mais de 10 anos”, afirma o CEO. De acordo com o executivo, o que parecia antes distante ou caro demais para ser implementado em larga escala está se tornando realidade. “Vai ser transformacional para nossa indústria”, diz.

Dividendos

A companhia anunciou a aprovação de dividendos aos acionistas no valor total de R$ 120.822.393,47 pelo Conselho de Administração, a ser referendada em Assembleia Geral de Acionistas. O pagamento será realizado em 30 de maio de 2025

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