Ex acusado de matar Brenda Bulhões tem prisão preventiva decretada

São Paulo — A Justiça decretou, nessa terça-feira (11/3), a prisão preventiva de Bruno dos Santos Campos, de 35 anos, ex-namorado de Brenda Bulhões. Ele é acusado de matar a empresária a tiros em 29 de novembro do ano passado no Guarujá, litoral de São Paulo.

O decreto de prisão preventiva, expedido pela 2ª Vara Criminal do Foro de Guarujá, destaca a gravidade do crime imputado ao réu, “consistente na prática, em tese, de feminicídio qualificado, em que o acusado, por sentimento de posse, por não aceitar o fim do relacionamento, teria efetuado disparos de arma de fogo contra a vítima”.

O decreto acrescenta ainda a tentativa de Bruno de fugir após o suposto cometimento do crime, o que evidencia “risco de fuga em caso de soltura, prejudicando a busca da verdade real”.

Desde o homicídio, Bruno foi considerado o principal suspeito do crime e sua prisão foi decretada. Ele ficou foragido até ser detido em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, próximo à fronteira com o Paraguai, em 15 de janeiro.

Na época, a família da vítima chegou a fazer uma vaquinha para custear uma recompensa para quem tivesse informações sobre o paradeiro do foragido.

De prisão temporária à preventiva

Bruno está detido atualmente na cadeia anexa ao 1º DP (Distrito Policial) do Guarujá. Ele estava preso temporariamente desde quando foi capturado. Com prazo de 30 dias, a prisão temporária chegou a ser prorrogada no mês passado, mas ele poderia ser solto sem uma nova decisão da Justiça.

A prisão preventiva, por sua vez, não tem prazo máximo, mas deve ser reavaliada por um juiz a cada 90 dias.

O decreto de prisão preventiva ocorreu após oferecimento de denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP) ao Tribunal de Justiça do Estado (TJSP). A denúncia, por sua vez, é resultado do indiciamento do suspeito após conclusão do inquérito policial que investiga a morte de Brenda.

Câmera flagrou morte de Brenda

Brenda foi morta a tiros na manhã de 29 de novembro de 2024, por volta de 8h20, em frente ao salão de beleza do qual era proprietária, na Rua Pará, no bairro Itapema. Ela tinha 26 anos, e deixou uma filha de 9 anos, de um relacionamento anterior.

Uma câmera de segurança registrou o momento em que a empresária foi morta. Bruno afirma que, pela estatura, não é ele quem aparece nas imagens.

As cenas são fortes. Veja o vídeo:

Suspeito nega envolvimento no crime

A defesa de Bruno, por meio de nota, reafirmou que o suspeito nega qualquer envolvimento com o crime. De acordo com o advogado Marcos do Nascimento Jesuino, desde o início, ele tem colaborado com as autoridades, “pois confia plenamente na Justiça e na correta apuração dos fatos”.

Conforme a nota, após mais de quatro meses de investigação, “não foram apresentados elementos concretos que sustentem a hipótese acusatória. Os indícios apontados são frágeis e insuficientes para justificar qualquer medida contra Bruno, evidenciando que ele está sendo alvo de uma verdadeira caça às bruxas”.

Segundo o advogado, a ida do suspeito para outra região do país se deu exclusivamente em razão das ameaças que ele vinha sofrendo, as quais se estenderam a seus familiares, que são constantemente abordados e achincalhados nas ruas. “Em momento algum teve a intenção de se furtar ao processo, mantendo-se sempre à disposição da Justiça para esclarecer os fatos”.

Mãe lamenta perda

Ao Metrópoles, a mãe de Brenda, Elisangela da Silva, relatou a dor de perder a filha em um crime bárbaro.

“É uma tristeza sem fim não ter nossa filha aqui. Não poder escutar o sorriso dela, não poder sentir o abraço dela, porque um homem acha que é possível matar uma pessoa porque ela disse ‘não, não quero mais você’. E aí, a gente volta no século passado, porque a gente não pode dizer não”, disse.

Elisangela contou que não gostava de Bruno desde quando ele começou um relacionamento com Brenda. “Não fui muito com a cara dele. Depois, a gente percebeu que era um relacionamento de idas e vindas, onde ela ia se entristecendo. Cada vez que passava o tempo, ela ia ficando mais triste”, afirmou.

Segundo a mulher, após o término, em 22 de setembro de 2024, Bruno passou a ser controlador e insistente. A partir daí, a família passou a se preocupar que algo pudesse acontecer, como uma agressão física. No entanto, eles nunca pensaram em um homicídio.

“A gente espera que a justiça seja feita, e que ele pague por tudo o que ele fez com a nossa família. Quando ele precisou, a gente estava ali, ajudou ele, e ele fez o que fez”, disse.

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