Saiba por que Ronaldo desistiu de candidatura à presidência da CBF

Ronaldo Fenômeno desistiu oficialmente da candidatura à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O ex-jogador, pentacampeão mundial pela seleção canarinho, anunciou a decisão por meio das redes sociais.

Segundo informações do O Globo, o que teria motivado a desistência de Ronaldo foi falta de apoio das federações estaduais à candidatura. De acordo com o Fenômeno, apenas quatro das 27 federações aceitaram se encontrar com ele. As demais 23 afirmaram estar satisfeitas com a atual gestão e apoiam a reeleição.

Ainda de acordo com informações, para se candidatar à presidência da CBF, Ronaldo necessitaria do respaldo formal de quatro das 26 federações estaduais e a do Distrito Federal, além de quatro clubes das Séries A e B.

“As federações se recusaram a me receber em suas casas, sob o argumento de satisfação com a atual gestão e apoio à reeleição. Não pude apresentar meu projeto, levar minhas ideias e ouvi-las como gostaria. Não houve qualquer abertura para o diálogo”, argumentou o Fenômeno em seu relato.

Processo eleitoral da CBF

A eleição da CBF é decidida por meio de um sistema de pontos. Dessa forma, os votos das federações estaduais têm peso 3 (totalizando 81 pontos), os votos dos clubes da Série A têm peso 2 (somando 40 pontos), e os votos dos clubes da Série B têm peso 1 (somando 20 pontos).

Nesse sentido, com o apoio de 24 federações, o candidato atingirá 72 pontos e, assim, a eleição estaria definida.

Em fevereiro, Ronaldo pediu à Fifa, entidade máxima do futebol, para supervisionar a eleição para garantir a isonomia do processo.

Devido à desistência da candidatura do Fenômeno, Ednaldo Rodrigues caminha para reeleição. O atual presidente da confederação tem um ano para marcar a nova eleição.  

Confira a nota de Ronaldo Fenômeno na íntegra

“Depois de declarar publicamente o meu desejo de me candidatar à presidência da CBF no próximo pleito, retiro aqui, oficialmente, a minha intenção. Se a maioria com o poder de decisão entende que o futebol brasileiro está em boas mãos, pouco importa a minha opinião.

Conforme já havia dito, os meus primeiros passos seriam na direção de dar voz e espaço aos clubes, bem como escutar as federações em prol de melhorias nas competições e desenvolvimento do esporte em seus estados. A mudança necessária viria desse alinhamento estratégico, com a força da visão compartilhada.

No entanto, no meu primeiro contato com as 27 filiadas, encontrei 23 portas fechadas. As federações se recusaram a me receber em suas casas, sob o argumento de satisfação com a atual gestão e apoio à reeleição. Não pude apresentar meu projeto, levar minhas ideias e ouvi-las como gostaria. Não houve qualquer abertura para o diálogo.

O estatuto concede às federações o voto de maior peso e, portanto, fica claro que não há como concorrer. A maior parte das lideranças estaduais apoia o presidente em exercício, é direito deles e eu respeito, independentemente das minhas convicções.

Agradeço a todos que demonstraram interesse na minha iniciativa e sigo acreditando que o caminho para a evolução do futebol brasileiro é, antes de mais nada, o diálogo, a transparência e a união.”

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