Três pessoas são condenadas pela morte de técnico em Vitória

Após 13 horas de julgamento, o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) obteve a condenação de três pessoas pela morte do técnico em telecomunicações José Marcos Delfino Chaves, ocorrida em 2022. Ao todo, as penas somam 93 anos, oito meses e dez dias de prisão, a serem cumpridas em regime fechado.

Foram condenados: Jadiane Nascimento de Souza (Jade), ex-companheira da vítima, a 32 anos, 1 mês e 10 dias; Jadiel Martins de Souza Filho (Neném), irmão de Jadiane, a 34 anos, 4 meses e 10 dias; e Jhonorton Dias Souto (Jhon), apontado como um dos executores, a 27 anos, 2 meses e 20 dias.

O MPES obteve a condenação dos três pelos crimes de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel, e com recurso que dificultou a defesa da vítima) e corrupção de menores. Os irmãos Jadiane e Jadiel foram condenados por furto, enquanto Jadiel e Jhonorton também foram condenados por ocultação de cadáver (duas vezes, no caso de Jadiel).

A sentença foi obtida no Tribunal do Júri, realizado nesta terça-feira (11/03), na nova sede do Fórum Criminal de Vitória. Na ocasião, o Promotor de Justiça Rodrigo Monteiro representou o MPES, sustentando os fatos que constam na denúncia e atuando pela condenação.

Sobre o caso

O crime ocorreu no dia 06 de junho de 2022, no bairro Resistência, em Vitória. Na ocasião, José Marcos, 46 anos, foi atraído ao local por uma adolescente, que tinha um relacionamento com Jadiel.

Anteriormente, Jadiane teria inventado e dito ao irmão que o ex-companheiro queria relacionar-se sexualmente com a adolescente, então namorada de Jadiel. Com esse pretexto, os irmãos convenceram a adolescente a atrair, por mensagens, a vítima para um bar da região, alegando que havia terminado o relacionamento com Jadiel.

No local do encontro, Jadiane estava escondida e avisou Jadiel da presença de José Marcos. O irmão abordou a vítima com agressões e ordenou que o acompanhasse até uma pedreira, onde ele, Jhonorton e outro menor espancaram José Marcos, que veio a óbito.

Ocultação de cadáver e furto

Após o crime, os acusados empurraram o corpo da vítima até um segundo nível de um paredão da pedreira. Entretanto, no dia seguinte, integrantes do tráfico da região ordenaram que Jadiel e Jhonorton retirassem o corpo do local. Com isso, os dois empurraram o cadáver até uma lagoa.

Posteriormente, ao perceber que o corpo estava boiando na água, Jadiel, junto de outros três acusados, retiraram o cadáver da lagoa, colocaram num veículo e deixaram em uma região do bairro Santa Luzia.

Ainda, a mando de Jadiane, Jadiel subtraiu pertences como celular e cartões da vítima. Em posse dos objetos, os irmãos e a adolescente realizaram compras e transferências de valores das contas bancárias de José Marcos.

Além dos réus julgados nesta terça-feira, outras três pessoas são envolvidas no crime, e irão a julgamento posteriormente, porque apresentaram recursos à Justiça.

Diante dos fatos e da condenação, o MPES reafirma seu compromisso em favor da justiça, da vida e da proteção da sociedade.

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