Presentes e futebol: Parlamento Europeu é investigado por corrupção

Como parte de uma investigação de corrupção no Parlamento Europeu, cerca de 100 agentes policiais realizaram buscas na Bélgica e em Portugal, nesta quinta-feira (13/3). De acordo com a Procuradoria Federal da Bélgica, “várias pessoas” foram presas para interrogatório por suposta “participação em corrupção ativa” no Parlamento.

Segundo o jornal belga Le Soir, lobistas que trabalham para a gigante chinesa de telecomunicações Huawei são suspeitos de subornar atuais e antigos membros do Parlamento Europeu a fim de promover a política comercial da empresa na Europa.

A empresa chinesa é a maior fabricante de equipamentos de rede para operadoras de telefonia e internet do mundo e está envolvida em tensões sobre tecnologia e comércio entre os Estados Unidos e a China.

O Ministério Público Federal do país europeu não revelou o nome da empresa investigada, mas afirma que houve corrupção “de 2021 até os dias atuais” em diversas formas, “como remuneração por assumir cargos políticos ou presentes excessivos, como alimentação e despesas de viagem ou convites regulares para jogos de futebol”.

Os promotores acreditam que os pagamentos podem ter sido “disfarçados” como despesas comerciais, podendo, ainda, ter sido direcionados a terceiros, configurando lavagem de dinheiro.

Corrupção no Parlamento Europeu

Esse é o segundo caso de corrupção envolvendo o Parlamento Europeu em menos de três anos.

Em dezembro de 2022, autoridades do Catar foram acusadas de subornar autoridades da União Europeia para “minimizar preocupações” com direitos trabalhistas antes da Copa do Mundo de futebol.

Na época, a polícia local chegou a encontrar sacolas de dinheiro nas casas de vários ex-eurodeputados suspeitos de terem aceitado os subornos.