Conheça o roteiro turístico que marca um dos principais massacres da década de 1870 na região

O roteiro Caminhos de Jacobina, em Sapiranga, foi tombado como patrimônio cultural material e imaterial no dia 12 de novembro do ano passado. Os monumentos, estátuas e símbolos ficam em diferentes regiões relacionadas à Revolta dos Mucker, um conflito ocorrido na década de 1870 na cidade.

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Placa indica um dos monumentos turísticos do Caminhos da Jacobina, em Sapiranga | abc+



Placa indica um dos monumentos turísticos do Caminhos da Jacobina, em Sapiranga

Foto: Paola Altneter/GES-Especial

Instituído em 2001, o roteiro oferece paisagens naturais e locais históricos que proporcionam uma imersão na cultura local. O circuito é composto pelo Monumento do Coronel Genuíno Sampaio, Cruz da Jacobina, Pedra Branca, Monumento da Jacobina, Túmulo Monumento do Amaral Ribeiro, Memorial da Conciliação, acampamento das tropas do Coronel Genuíno Sampaio e a Praça Jacobina Maurer.

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De acordo com o historiador e diretor de patrimônio histórico de Sapiranga, Daniel Gevehr, a Secretaria de Turismo, Cultura e Desporto vem trabalhando constantemente na captação de recursos públicos para realizar a revitalização do roteiro. “Nós constantemente participamos de praticamente todos os editais que acontecem e que estão relacionados à disponibilidade de recursos para monumentos e para questões turísticas, porque os Caminhos de Jacobina são um roteiro de caráter histórico, mas também têm um cunho turístico”, explica.

Cruz da Jacobina, símbolo pertence ao Caminhos da Jacobina, em Sapiranga | abc+



Cruz da Jacobina, símbolo pertence ao Caminhos da Jacobina, em Sapiranga

Foto: Paola Altneter/GES-Especial

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A Secretaria de Planejamento já possui um projeto de revitalização, especialmente para o sítio histórico da Estátua do Genuíno Sampaio e da Cruz da Jacobina. No entanto, até o momento, o projeto não foi contemplado nos editais em que concorreu. Além disso, segundo Gevehr, a Secretaria também está em fase de execução do projeto que prevê a substituição das placas indicativas espalhadas por toda a cidade, que orientam os turistas sobre os caminhos a serem seguidos dentro do roteiro. Esse projeto está sendo realizado com recursos próprios.

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Lembrança dos Mucker

Para Gevehr, a divulgação, preservação e visibilidade do roteiro são fundamentais para manter a lembrança dos Mucker. “Os Caminhos de Jacobina e os lugares de memória que estão localizados dentro desse roteiro são essenciais para a preservação da memória desse passado Mucker, porque o movimento sociorreligioso dos Mucker foi um dos mais importantes movimentos sociais de cunho religioso na história do Brasil”, explica o historiador.

Estátua do Coronel Genuíno Sampaio, monumento pertence ao Caminhos da Jacobina | abc+



Estátua do Coronel Genuíno Sampaio, monumento pertence ao Caminhos da Jacobina

Foto: Paola Altneter/GES-Especial

A professora Arcângela Sironi, 52 anos, que atende a rede municipal e estadual, conta que os alunos gostam muito de visitar o roteiro e conhecer as histórias. “Adoram ir até a Cruz de Jacobina e imaginar como ela teria se escondido, como era sua vida e as dificuldades que enfrentou na época em que foi perseguida e morta”, relata.

Além disso, a professora valoriza o roteiro e acredita que ele é relevante para a comunidade local. “Considero esse roteiro de grande importância para a nossa cidade, devido a tudo que ele representa, pois retrata os principais pontos e alguns personagens de um episódio histórico que marcou profundamente a memória de Sapiranga”, expõe.

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A Revolta dos Mucker

O ano de 2024 foi marcado pelos 150 anos de um episódio sangrento que ficou cravado na história do Rio Grande do Sul: o massacre do grupo identificado como Mucker, inclusive a personagem principal deste enredo trágico: Jacobina Mentz Maurer. Mucker era um movimento sociorreligioso que ocorreu na antiga Colônia Alemã de São Leopoldo, em meados dos anos 1860 e 1870. Acusados de realizarem atos de feitiçaria e de bruxaria pela comunidade religiosa, os chamados “mucker” foram perseguidos pelo Estado e pela Igreja. O grupo tinha sua “base” no Morro Ferrabraz – na cidade atual de Sapiranga. (Moacir Fritzen)

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