Eletrobras (ELET3): despesas afetam resultados do 4T, mas analistas seguem otimistas

A Eletrobras (ELET3; ELET6) divulgou na véspera seu balanço do quarto trimestre de 2024, registrando um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado ligeiramente abaixo das projeções da XP.

O desempenho foi impactado pelo aumento das despesas de PMSO, impulsionado, sobretudo, por maiores gastos com serviços jurídicos voltados à redução de contingências, em linha com a estratégia da companhia. Às 14h10 (horário de Brasília), ELET3 subia 0,83%, a R$ 40,30, e ELET6 avançava 0,82%, a R$ 44,15.

Apesar do resultado abaixo do esperado no Ebitda, a XP disse ter uma visão positiva sobre o portfólio de energia, representando posições de energia menos voláteis no futuro.

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Em uma nota positiva, a XP destaca que a redução nas exposições do balanço energético foi um desenvolvimento significativo durante o trimestre, concentrando-se especialmente em 2025 e 2026. Também aponta uma diminuição favorável no empréstimo compulsório durante este período.

Além disso, a empresa propôs dividendos adicionais no valor de R$ 1,798 bilhão, representando um dividend yield (dividendo sobre o preço da ação) de aproximadamente 2,2% para os acionistas da companhia.

De forma geral, o Goldman Sachs avalia que os resultados vieram em linha, e que os dividendos acima do mínimo IFRS de 25% podem indicar uma maior disposição da gestão para remunerar os acionistas no futuro, apesar da alavancagem elevada (Dívida Líquida/Ebitda total de 4 vezes).

A equipe do Goldman acredita que, em períodos de preços mais altos da energia, os dividendos podem superar o mínimo, refletindo a expectativa de um melhor fluxo de caixa livre. Assim, apesar de a Copel (CPLE6) ainda ser a principal tese de dividendos sob sua cobertura, o banco acredita que o anúncio de proventos pode ser bem recebido pelo mercado, especialmente por investidores focados em dividendos.

O Goldman Sachs reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 48 para ação ordinária (ON) e de R$ 56 para o papel preferencial B (PNB).

Para o JPMorgan, a Eletrobras apresentou resultados abaixo do esperado, com um EBITDA “caixa” ajustado por impactos não recorrentes de R$ 4,7 bilhões.

Segundo JPMorgan, a principal razão para o desempenho mais fraco foi a margem bruta abaixo do previsto, impactada por maiores custos de compra de energia no trimestre devido ao déficit hídrico e à alocação de energia.

Sobre dividendos, a Eletrobras anunciou um pagamento adicional de R$ 1,8 bilhão, totalizando R$ 4 bilhões em 2024, o que representa um payout de 60% sobre o lucro “caixa” recorrente, o que veio amplamente em linha com as expectativas do JPMorgan. O banco manteve recomendação de compra para o papel ON, com preço-alvo de R$ 50,50.

“Apesar da leitura neutra em relação aos resultados apresentados no 4T24, o 1T25 vem trazendo uma série de gatilhos importantes para tese da Eletrobras”, avalia Genial. Como principais gatilhos, a corretora cita o I) o acordo relacionado a Ação Direta de Inconstitucionalidade promovido pela Advocacia Geral da União foi assinado sem maiores controvérsias a tese.

Diante disso, a Genial acredita que a empresa vai poder retornar a agenda positiva de aumento de eficiência que foi paralisada em meio a negociações com o governo federal, além da recuperação dos preços de energia elétrica devido a chuvas menos intensas, que acabaram por colocar os preços da energia em R$300/MW no trimestre e R$170/MW para contratos de longo prazo.

Com a descontratação da empresa entre em 18% no ano de 2025, a Genial avalia que exista um bom espaço para a empresa aumentar sua taxa de contratação a preços mais interessantes ao longo de 2025.

Aos atuais níveis de preço, a Genial vê a empresa negociando a uma Taxa Interna Implícita de Retorno (TIR) de 13% em termos reais e a apenas 5,2 vezes Valor da Firma (EV)/Ebitda de 2025. Com isso, a corretora manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 52 para a ação ordinária.

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