Ex-CC da Prefeitura preso em operação contra o tráfico ganhou visibilidade nas enchentes e concorreu a vereador

A prisão do líder comunitário do bairro Santo Afonso Gilvânio José Abreu da Silva, de 36 anos, conhecido como Pantio, repercute na política de Novo Hamburgo nesta sexta-feira (14). Ele foi exonerado do cargo de subsecretário de Obras da Zona Sul no meio da manhã, depois que a prisão veio à tona.

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A Operação Liberdade, desencadeada nesta manhã pela Polícia Civil, prendeu 15 suspeitos de envolvimento com o tráfico na região. Segundo a investigação, Pantio seria um facilitador do tráfico na região da Santo Afonso. Ele se aproveitaria do bom trânsito com moradores e lideranças até mesmo para armazenar drogas a mando de uma facção.

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Não é de hoje que Pantio é uma liderança especialmente da região da Vila Palmeira. Já foi presidente da associação de moradores e há 12 anos teve participação política. Entre 2013 e 2015 foi assessor parlamentar de vereador do antigo PPS.

Destaque nas enchentes

Sua visibilidade ultrapassou os limites da Santo Afonso nas enchentes de 2023 e 2024. Conhecedor do comportamento da enchente no bairro e do funcionamento da casa de bombas, apareceu muito nas redes sociais defendendo interesses dos moradores e criticando a Prefeitura, especialmente sobre a manutenção das bombas.

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Nos dois anos Pantio ajudou no resgate de moradores e na distribuição de donativos. O caminho natural foi uma aproximação com a oposição, liderada pelo então vereador Gustavo Finck (PP), e a candidatura a uma vaga na Câmara de Vereadores. Concorreu pelo PP e fez 1.643 votos, ficando como suplente.

Cargo no governo

No início deste ano, após trabalho destacado na campanha, Pantio foi convidado por Gustavo Finck para assumir um cargo em comissão no governo. Foi nomeado então como subsecretário de Obras da Região Sul. Nas primeiras semanas do ano a pasta das obras foi liderada diretamente pelo prefeito.

Ajuda para comprar prótese

Segundo o Portal da Transparência da Prefeitura de Novo Hamburgo, Pantio tinha salário mensal de R$ 6.235. Mesmo assim, nesta quinta-feira, antes de ser preso, ele lançou em suas redes sociais uma campanha pedindo doações para comprar uma prótese transtibial, indicada para amputações entre o tornozelo e o joelho.

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Na publicação ele dizia não ter dinheiro para comprar a prótese e pedia ajuda de seus seguidores. “Recebi a oportunidade de comprar uma prótese, mas, no momento, não tenho o valor total. Se alguém puder me ajudar com um Pix, preciso juntar R$ 1.500”, escreveu o líder comunitário na quinta-feira.

Até a publicação deste conteúdo, a reportagem do Grupo Sinos não tinha conseguido contato com a defesa de Pantio. O espaço está aberto para manifestação.