Sonho de escrever e publicar livros se populariza

Ideias, fantasias, histórias, poemas e dicas de autoajuda estão entre as incontáveis temáticas que podem ser impressas em páginas de livros. E esse sonho de se tornar um autor ou uma autora de obras literárias pode se tornar realidade. O caminho nem sempre é tão acidentado como se imagina. Como tudo na vida, não basta ter apenas um propósito… É necessário ter disciplina, paciência, autocrítica, criatividade e diplomacia. Existem diferentes meios de alcançar a publicação: tentar a sorte com grandes editoras que publicam tiragens significativas, investir capital próprio para custear as suas produções, participar de entidades que lançam antologias, inscrever-se em concursos literários que proporcionam boas premiações. A escolha é livre para cada um.

Editoras na região também oferecem a sua expertise para realizar publicações. E além de oportunidades para talentos regionais e a valorização da cultura, também contribuem para a geração de renda e empregos.

É o caso da jornalista e coordenadora editorial Sandra Hess, 49 anos, e do jornalista, diagramador e designer gráfico Cleber Zanovello Dariva, 44. Ambos são sócios da Z Multi, editora com sede em Estância Velha e que desde 2012 contribui para que inúmeras histórias saiam das mentes criativas e sejam impressas em páginas.

Cleber e Sandra trabalham com edição de livros | abc+



Cleber e Sandra trabalham com edição de livros

Foto: Moacir Fritzen/GES-Especial

No início eram jornais e revistas e depois de um tempo o trabalho foi incrementado com livros.

“Procuramos dar um suporte aos autores, não somente para a publicação, mas também depois disso, como participações em feiras e eventos culturais. Isso é importante para que também possam ter contato com o público. E também para que divulguem as suas obras”, destaca Sandra.

Música e literatura movem escritora da região

A vontade de Nana Bernardes compartilhar seus textos e contar histórias começou muito cedo. “Minha mãe é professora de Português e sempre incentivou a leitura. Na escola, tive uma professora de Português que trabalhava a leitura de forma constante. Na época, líamos os livros da Série Vagalume e eu me encantava com as histórias. Também gostava muito de produzir os textos propostos em aula. Fiz Letras: Português-Inglês e passei a dar aula para o Ensino Fundamental. Segui encantada com a Literatura e passei a ler livros paras os alunos. A cada início de aula, lia um capítulo de um livro que escolhia. Os alunos esperavam ansiosos o capítulo seguinte, o que acabava nos conectando de forma positiva”, conta Nana.

Nana Bernardes transita entre a música e a literatura para se expressar artisticamente | abc+



Nana Bernardes transita entre a música e a literatura para se expressar artisticamente

Foto: Divulgação

Outra manifestação artística que é marcante na vida da escritora é a música. “Meu pai tocava e cantava e nos incentivava sempre a desenvolver nossas habilidades musicais. Aí passei a conectar a música e a literatura. Compus várias músicas em homenagem a escritores e, atualmente, escrevo a história e a música correspondente. O meu trabalho busca a conexão entre a música e a literatura”, destaca.

Nana escolheu uma editora do Vale do Sinos por observar o cuidado com que ela desenvolve o seu trabalho junto aos escritores. “A editora tem um cuidado especial com cada um e um material de qualidade. Além disso, a equipe é flexível e possibilita uma troca de ideias e a ampliação das possibilidades, sempre buscando atender aos anseios dos escritores”, justifica.

Nana já tem cinco livros lançados com a Z Multi. O suporte não é importante somente para conseguir a publicação. O trabalho também é árduo para divulgar e conseguir uma boa vendagem. “A editora participa de várias feiras de livro como livreira e leva o material dos escritores até os leitores. Nestes momentos, convida os escritores para sessão de autógrafos e interação direta com o seu público”, relata.

A autora indica a importância de procurar empresas sérias, que cumprem prazos e que deixam o escritor tranquilo em relação à produção e impressão do material.

Entidades também criam obras

Entidades também podem se beneficiar se o acesso às editoras se tornar mais fácil. A Sociedade Ivotiense de Estudos Humanísticos (Siehu) reúne pesquisadores voluntários que se dedicam a desvendar e divulgar a história de Ivoti. Ao longo dos últimos anos, já foram publicadas várias obras literárias para diferentes faixas etárias.

A Siehu também desenvolve projetos como oficinas, exposições e documentário em vídeo. Tanto as publicações de livros como as outras iniciativas são resultados dos esforços de pessoas voluntárias como Andréa Cristina Baum Schneck e Jaqueline Brenner, além de apoiadores.

Jaqueline (à esquerda) e Andréa participam da Siehu, que publica livros com a ajuda de voluntários e apoiadores | abc+



Jaqueline (à esquerda) e Andréa participam da Siehu, que publica livros com a ajuda de voluntários e apoiadores

Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial

De professora a pesquisadora de genealogia e escritora

A experiência de Leani Veiga Koppe como escritora é consequência de uma série de fatores. Professora aposentada de anos iniciais, ela notou a carência de obras que contassem histórias locais para turmas de 3º e 4º anos do ensino fundamental. “Senti a falta de material didático sobre os temas da imigração alemã e da Revolução Farroupilha”, conta.

Leani (à esquerda) e Andréa durante atividade literária com crianças na Alemanha | abc+



Leani (à esquerda) e Andréa durante atividade literária com crianças na Alemanha

Foto: Acervo Pessoal

“Por outro lado, faço genealogia e fui percebendo as discrepâncias que havia na história local como o fato da migração regional e por fim me descobri como alguém que se entende dentro deste assunto. E fui me apaixonando”, acrescenta.

Leani nasceu na localidade de Batinga Sul, que atualmente pertence ao município de Brochier. É autora dos livros “Criando raízes entre a perseverança e a guerra” e “Viajando com esperança para o desconhecido”.

Integrante da Sociedade Ivotiense de Estudos Humanísticos (Siehu), é coautora de várias obras lançadas pela entidade.

E a literatura já está ajudando a realizar outros sonhos. Leani viajou para a Alemanha neste ano para lançar um livro bilíngue (português e alemão) sobre a vida da imperatriz Leopoldina contada por uma descendente de imigrantes alemães, que narra os fatos da época para a sua neta. A história foi ilustrada por Andréa Cristina Baum Schneck e traduzida para o alemão por Priscila Gardini.

Na terra de seus ancestrais, Leani teve a oportunidade de apresentar o livro “Conhecendo Leopoldina, uma heroína do seu tempo: Begegnung mit Leopoldina, eine Heldin ihrer Zeit” para crianças e adultos, numa rica troca de experiências. “Eu sempre dizia que meus livros me levariam à Alemanha. Literalmente foi isso que aconteceu”, destaca Leani.

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