Gigante da região perde R$ 510 milhões em valor de mercado em apenas um dia

A gigante Azzas 2154, maior conglomerado de moda do Brasil, perdeu nesta sexta-feira (14) nada menos do que R$ 510 milhões em valor de mercado após amargar nova queda na B3. As ações na bolsa caíram 10,42% com o aumento dos rumores de que a fusão entre os grupos Arezzo e Soma está em vias de ser desfeita.

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B3 é a Bolsa de Valores de São Paulo | abc+



B3 é a Bolsa de Valores de São Paulo

Foto: B3/DIVULGAÇÃO

A possível cisão é tratada pela imprensa especializada como “divórcio de Alexandre Birman e Roberto Jatahy. Segundo o Valor Econômico, os milionários inclusive já contrataram assessorias jurídica e financeira para desfazer a fusão de oito meses atrás.

Foi a notícia da possível cisão que acentuou a queda das ações. Os papéis já não vinham performando bem na semana, consequência da divulgação do balanço do quarto trimestre de 2024, o primeiro cheio após a união entre Arezzo e Soma.

Nesta sexta-feira as ações da Azzas fecharam em R$ 21,50, o menor nível desde 1º de agosto do ano passado, quando a fusão anunciada no início do ano foi concluída. De lá para cá, o valor da companhia encolheu de R$ 10 bilhões para R$ 4,4 bilhões.

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Especialistas avaliam que, se avançar de fato, o processo de cisão não será simples e nem rápido. Especialmente se um empresário quiser comprar a parte do outro. Um dos tantos desafios seria justamente precificar cada fatia desse bolo. Por exemplo: há quatro anos o Soma comprou a Hering por R$ 5,1 bilhões, mas agora o grupo Arezzo+Soma não vale isso.

Segundo o jornal O Globo, a saída pode estar em um caminho intermediário: a cisão da Azzas, mas com alguns negócios mudando de mãos. Hering, por exemplo, ficaria com Birman e não mais com Jatahy. A Arezzo já havia tentado comprar a Hering, mas a malharia acabou ficando com o Grupo Soma.

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A pesquisadora e analista de moda Paula Acioli disse ao Globo que a cisão, se confirmada, não será surpresa. “No caso do Azzas 2154, a diferença entre culturas, valores e personalidades das lideranças já sinalizava, desde o anúncio do ‘casamento’, um possível divórcio por divergências inconciliáveis”, informou ao jornal carioca.

Nos bastidores, Birman é descrito como um líder centralizador, focado em resultados, atento ao mercado financeiro, ainda que venha de um grupo calçadista. Jatahy, por sua vez, olharia mais para a eficiência de back office, enquanto confere maior autonomia à liderança criativa de cada marca, com gestão mais compartilhada.

A coordenadora de Design de Moda no IED-Rio, Yamê Reis, diz que há uma apreensão quanto ao futuro “das marcas e dos empregos no grupo e em toda a cadeia”, pois a fusão concretizada no ano passado “impactou a concorrência”. Procurado, o Azzas 2154 informou que não comenta rumores de mercado e que segue focado na execução das suas diretrizes estratégicas.

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