Alívio no radar: Itaú diminui estimativa para dólar e inflação em 2025

Em relatório divulgado nesta segunda-feira (17/3), a equipe de economistas do Itaú Unibanco reviu suas projeções e reduziu as estimativas para o câmbio e a inflação ao fim de 2025.

De acordo com a nova análise feita pela instituição financeira, o dólar deve encerrar este ano cotado a R$ 5,75, ante R$ 5,90 projetados anteriormente pelo Itaú.

“Por um lado, o aumento do diferencial de juros e a expectativa de um dólar mais fraco contribuem para uma taxa de câmbio mais apreciada. Por outro, essa apreciação tende a ser limitada pelo prêmio de risco brasileiro elevado diante das incertezas fiscais e pela deterioração recente observada nas contas externas”, diz a equipe de economistas liderada por Mario Mesquita.

Inflação

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, deve terminar 2025 em 5,7%, segundo as novas estimativas dos economistas do Itaú.

Até então, o banco projetava uma inflação de 5,8% para este ano – ainda acima do teto da meta.

Segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é de 3%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,5% e 4,5%.

Em fevereiro, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA ficou em 1,31%, a maior taxa para o mês em 22 anos. No acumulado de 12 meses até fevereiro, a inflação foi de 5,06%, acima do teto.

“Importante destacar que não incorporamos o repasse completo do câmbio mais apreciado. Em um contexto de hiato [do produto, medida de ociosidade da economia] aberto e expectativas desancoradas, o repasse integral da depreciação de 2024 seria esperado, mas ainda não se concretizou”, avaliam os economistas do Itaú.

Juros

Em relação à taxa básica de juros da economia, a Selic, os economistas do Itaú mantiveram a perspectiva de um aperto monetário no segundo trimestre deste ano, embora menos prolongado.

O banco estima que os juros básicos cheguem ao fim do ciclo em 15,25% ao ano, ante 15,75% da projeção anterior.

“Continuamos avaliando que as expectativas de inflação desancoradas, o hiato positivo e as projeções do próprio BC são consistentes com a continuidade do ciclo de aperto monetário ao longo do 1º semestre todo”, dizem os economistas.

“Mas entendemos que, dada a acomodação da taxa de câmbio em patamares mais apreciados, o BC deve optar por um ciclo um pouco menor.”

Para esta semana, o Itaú mantém a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que se reúne na terça-feira (18/3) e na quarta-feira (19/3), aumente novamente a Selic em 1 ponto percentual, dos atuais 13,25% ao ano para 14,25% ao ano.

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