Cinco anos do dia em que o mundo parou: realmente superamos a pandemia de Coronavírus?

Em março de 2020 foi decretada a pandemia de Coronavírus (Bigstock/divulgação)

Em março de 2020 foi decretada a pandemia de Coronavírus (Bigstock/divulgação)

Março de 2020. Essa data não é familiar? Há cinco anos, nesse mesmo mês, o mundo como um todo parou – havia sido declarado, em 11 de março, o início da pandemia de Coronavírus pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Diante da crise, países impuseram lockdowns, fronteiras foram fechadas, companhias aéreas suspenderam voos, e a indústria global do movimento, mais conhecida como turismo, foi abruptamente paralisada. Sem aviso prévio, sem que alguém pudesse conter a força da natureza.

Relembre o impacto no setor

Nesse mesmo mês, cinco anos atrás, as principais feiras mundiais que acontecem por volta desse período, como a ITB e BTL que acabaram de ter suas edições em 2025, foram canceladas ou adiadas.

Foi por volta deste período também que a União Europeia estimou uma perda de € 1 bilhão por mês enquanto o turismo estivesse parado. Nesse meio tempo, somente no mês de março, 43% das viagens corporativas já haviam sido canceladas para evitar o contágio da doença.

A época do coronavírus, sem dúvidas, foram dias sombrios para o turismo, tanto brasileiro quanto mundial. Mas, apesar dos pesares, cinco anos depois o setor pode dizer que superou esse momento.

O que de bom levaremos?

Durante quase um ano, o mundo passou por transformações intensas, principalmente no que se refere ao mundo digital. Hoje, apesar de as empresas preferirem um regime presencial (35%), os modelos híbrido ou home office, por exemplo, são os preferidos dos trabalhadores – 77% das pessoas que trabalham nesses regimes não gostariam de voltar para o 100% presencial.

Esse dado pode ser relacionado a diversos fatores, contudo, depois da pandemia, observa-se uma constante procura por qualidade de vida e saúde mental, que se refletem também nas tendências de turismo que existem hoje.

Como já visto aqui no M&E, o Kayak apresentou em uma pesquisa realizada no início deste ano, as principais tendências do setor para os próximos 5 anos, onde aparece, justamente, essa vontade do viajante atual de se desconectar da loucura do mundo – a chamada Vitamina V.

Com isso, também entram as práticas sustentáveis no mundo do turismo. Atualmente, inúmeras premiações e certificações são dadas para aqueles empreendimentos e empresas que cumprem os compromissos com as práticas sustentáveis e ESG.

O fator da sustentabilidade influencia, inclusive, na escolha de muitos viajantes na hora de optar por determinado destino, hotel, ou empresa aérea. Não é à toa que tantas companhias estejam determinadas a zerar as emissões de carbono até 2050.

Quais são as consequências?

A indústria de viagens já estava imersa em uma transformação digital. Desde a última década, reservas de hotéis, compras de passagens, locação de veículos e compras de passeios já eram feitas de forma online, mas a pandemia acelerou essas tendências, tornando as viagens mais eficientes, mas menos humanizadas.

Essa digitalização do turismo também tornou possível o desejo da geração afetada pela pandemia de conhecer o mundo, de forma cada vez mais simples. Não é coincidência o fato de que, depois de passar por um momento de reclusão, o setor está enfrentando os problemas gerados pelo overtourism, também conhecido como turismo exacerbado, que evidencia a má gestão de destinos.

Também é por isso que países da União Europeia, por exemplo, tiveram que tomar medidas drásticas para conter esse avanço, como a criação de novas taxas de turismo, ou até mesmo do novo visto exigido na região (ETIAS). E, é claro, não podemos esquecer sobre o banimento de Airbnbs e locações de curto prazo mundo afora.

O fato é que, enfrentando desafios contínuos ou não, economicamente falando, companhias aéreas, hotéis e destinos obtiveram recordes em 2024, o que demonstra que, apesar do medo persistente de uma recessão, o setor do movimento não pode realmente ser parado.

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