Da insegurança ao sucesso: como mulheres empreendedoras estão mudando o mercado

O papel das mulheres no empreendedorismo tem ganhado cada vez mais destaque no Brasil, refletindo mudanças estruturais no mercado e na sociedade. No mais recente episódio do programa Money Report, transmitido pela BM&C News, três convidadas compartilharam suas trajetórias e desafios: Ana Fontes, CEO da Rede Mulher Empreendedora, Cila Schulman, CEO do Ideia Instituto de Pesquisa, e Dilma Campos, CEO da Nossa Praia.

A transição das mulheres para o empreendedorismo

As três convidadas compartilharam histórias de transição profissional, destacando como migraram de carreiras consolidadas para o mundo do empreendedorismo. Ana Fontes, por exemplo, saiu do setor corporativo para criar a Rede Mulher Empreendedora, que hoje conecta mais de 2,5 milhões de mulheres no Brasil. A iniciativa oferece educação, mentoria e microdoações, buscando fortalecer a autonomia econômica das mulheres.

Comecei com um blog e, em poucos meses, já tinha 100 mil mulheres acompanhando. Com o tempo, percebemos que era necessário criar encontros e eventos para ampliar esse impacto“, explicou Ana. A rede hoje é uma referência em apoio ao empreendedorismo feminino, contando com o suporte de grandes organizações, como a Google.org.

Já Cila Schulman, que iniciou sua carreira como jornalista, migrou para o marketing político e, posteriormente, para a pesquisa de opinião pública. Seu foco agora está no impacto da inovação e da tecnologia, com projetos que incluem até barcos movidos a hidrogênio verde, uma inovação que será apresentada na próxima COP.

Por sua vez, Dilma Campos transitou da produção de eventos para a criação de uma agência de comunicação especializada em ESG. “Percebi que, apesar do sucesso profissional, meu crescimento estava limitado. Foi quando decidi empreender e mostrar para minha filha que é possível ocupar qualquer espaço“, afirmou Dilma.

Desafios e impacto econômico

A conversa abordou questões estruturais que ainda dificultam o avanço do empreendedorismo feminino. Um dos principais desafios mencionados foi o acesso a crédito, fundamental para que pequenos negócios cresçam. Ana Fontes destacou que, nos últimos anos, sua organização já distribuiu mais de R$ 50 milhões em microdoações para apoiar mulheres empreendedoras.

Outro ponto de destaque foi o impacto do empreendedorismo na economia e na sociedade. “Quando uma mulher empreendedora tem sucesso, ela impulsiona toda uma rede ao seu redor. Dados mostram que cada mulher que prospera no empreendedorismo impacta diretamente cerca de 10 pessoas, promovendo mudanças sociais significativas“, explicou Ana.

Empreendedorismo e equidade social

A discussão também abordou o papel das políticas públicas e do setor privado na promoção da equidade. As convidadas destacaram que a inclusão econômica de mulheres e grupos minoritários não é apenas uma questão de justiça social, mas também um fator essencial para o crescimento sustentável da economia.

Dilma Campos ressaltou a importância do ESG (ambiental, social e governança) nas empresas. “O ESG nasceu como um conceito financeiro e não pode ser tratado apenas como uma tendência. As empresas que se comprometem com essa pauta estão se fortalecendo e conquistando um espaço cada vez maior no mercado“, enfatizou.

Já Cila Schulman apontou que a polarização política tem prejudicado o debate sobre pautas fundamentais para o desenvolvimento do país. “Precisamos encontrar pontos em comum e avançar no diálogo. Direitos humanos, equidade e desenvolvimento sustentável não deveriam ser tratados como questões partidárias, mas sim como prioridades para toda a sociedade“, afirmou.

O futuro do empreendedorismo entre as mulheres

Com os avanços tecnológicos e mudanças no mercado de trabalho, o empreendedorismo feminino tende a ganhar ainda mais relevância. Ferramentas digitais têm facilitado a entrada de novas empreendedoras no mercado, mas ainda há um longo caminho a percorrer para garantir igualdade de oportunidades.

Empreender não é fácil e não acontece do dia para a noite. É preciso apoio, capacitação e oportunidades. Precisamos acabar com a ideia de que basta ‘acordar às 5h da manhã’ para ter sucesso. Sem estrutura e investimentos, a realidade das empreendedoras não muda“, concluiu Ana Fontes.

A conversa reforçou que o empreendedorismo feminino não é apenas uma alternativa ao mercado tradicional, mas sim uma estratégia fundamental para a inclusão social e o crescimento econômico do Brasil. O desafio agora é garantir que mais mulheres tenham as ferramentas necessárias para transformar suas ideias em negócios de sucesso.

O post Da insegurança ao sucesso: como mulheres empreendedoras estão mudando o mercado apareceu primeiro em BM&C NEWS.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.