Especialista fala em “cenário de incertezas” para a economia em 2025 durante encontro do Sindilojas

Em uma reunião-almoço promovida pelo Sindilojas Vale Germânico, que ocorreu nesta terça-feira (18), no Centro de Eventos da entidade, em Novo Hamburgo, a economista chefe da Fecomércio-RS, Patrícia Palermo, indicou como deve ser o cenário econômico em 2025 no Brasil e no exterior. A atividade abriu o calendário de eventos do Sindilojas e da primeira oficina de negócios do ano.

Encontro contou com autoridades e empreendedores da região | abc+



Encontro contou com autoridades e empreendedores da região

Foto: Laura Rolim/GES-Especial

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Além de debater o que o empresariado pode esperar da economia, o objetivo foi entender as oportunidades para os negócios. Segundo Patrícia, o cenário será de incertezas, tanto internacional quanto nacional. “Teremos um cenário internacional mais turbulento, repleto de incertezas, através dessa ação errática do Governo Trump, já que são a maior economia do mundo. Está se falando lá em aumento de tarifa, e tarifas são barreiras para o comércio”, explica.

Por isso, uma das lições para o Brasil está entre diversificar e procurar novos mercados. “Quando a gente olha aqui para dentro, nosso cenário também é complicado. Vamos viver em 2025 um processo de desaceleração da economia, que, diferentemente dos outros anos, parece que vai se consolidar de fato”, garante Patrícia.

Em 2024, por exemplo, o Brasil teve um crescimento de 3,4% no Produto Interno Bruto (PIB). Um aumento bastante significativo na visão da economista. Segundo Patrícia, o Brasil cresceu mais depois da pandemia do que crescia antes.

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Em 2025, no entanto, o primeiro semestre deve ser mais positivo do que a segunda metade do ano. “Teremos uma deterioração do poder de compra das pessoas por conta do processo inflacionário. Vamos também viver um amadurecimento dos efeitos de taxa de juro maior sobre a economia”, adianta Patrícia.

A economista destaca ainda que o Brasil pode ter uma inflação elevada de 5,7% no final do ano. “Estamos falando em conviver com taxas de juros cada vez mais elevadas. Agora, por exemplo, vai aumentar para 14,25%. Não vamos nos surpreender se chegar a 15,25%. Por isso, é muito provável que a gente veja bastante volatilidade no câmbio”, afirma Patrícia.

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O resultado dessa volatilidade, segundo a economista, está atrelado as ações do Governo Federal. “Porque toda vez que o governo inventa coisas novas, ‘economágicas’, a gente cria problemas para o futuro. E isso reflete no câmbio. Essa incerteza reflete no câmbio”, ressalta.

Apesar disso, o Brasil ainda deve viver um crescimento econômico considerável. Em 2026, no ano, Patrícia define como um “mar de incertezas”. “Por ser um ano eleitoral, a gente não sabe o que o governo é capaz de fazer para ganhar a eleição. Então, 2024 é um ano que as empresas têm para ajudar a casa, porque pode ser que tempos difíceis venham”, considera.

Patrícia Palermo | abc+



Patrícia Palermo

Foto: Laura Rolim/GES-Especial

Setores movidos a créditos sofrerão impactos

No cenário econômico, segundo Patrícia, existem setores mais cíclicos do que outros, e isso define o impacto que cada um pode sofrer em 2025. “A agropecuária, por exemplo, é menos cíclica, e reflete muito mais a questão climática do que outras. Então, salvo o problema climático, a agropecuária, especialmente no Brasil, ela vai performar muito bem”, afirma a economista.

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Patrícia reforça que, apesar do Rio Grande do Sul enfrentar impactos econômicos por conta da estiagem, o Brasil terá um ano de safra recorde. “Teremos a maior safra de toda a nossa história, e obviamente isso impulsiona a economia”.

No entanto, a especialista alerta para os setores movidos créditos. “Eles vão pagar a conta. Porque a gente tem agora um processo em que as taxas de juro estão em alta. O crédito está ficando mais caro e mais restrito. Então, móveis, eletrodomésticos, vestuário, a própria Construção Civil, tudo isso acaba levando um freio nesse processo de alta de taxa de juros”, explica a economista.

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