“Várias vítimas sob escombros”, relata governo de Gaza após bombardeio

Em comunicado divulgado por sua assessoria de imprensa nesta terça-feira (18/3), após o intenso bombardeio imposto por Israel sobre o território palestino, o governo de Gaza advertiu que “várias vítimas ainda estão sob os escombros e esforços estão em andamento para resgatá-las”.

“Há dezenas de corpos que ainda não conseguiram chegar aos hospitais”, disse à agência de notícias EFE Zaher al Waheidi, diretor da unidade do Ministério da Saúde de Gaza responsável pela contagem de mortos. Pelo menos 404 pessoas foram relatadas mortas até agora, disse o Ministério da Saúde de Gaza. Há pelo menos 562 feridos.

O governo de Gaza disse que os corpos não estão chegando aos hospitais “devido à difícil situação humanitária no local e à paralisia do setor de transporte por conta da falta de combustível em todas as províncias da Faixa”, referindo-se à atual escassez de combustível no enclave, que piorou quando Israel começou a bloquear completamente o acesso à ajuda no início deste mês.

Israel voltou a bombardear a Faixa de Gaza após um cessar-fogo de quase dois meses, no que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, qualificou como “medidas enérgicas contra a organização terrorista Hamas”, acusando o grupo de não entregar as 59 pessoas sequestradas em 7 de outubro de 2023 que permanecem no território palestino.

Mulheres e crianças

De acordo com o governo da Faixa de Gaza, a maioria dos mortos eram mulheres e crianças. Antes do cessar-fogo entrar em vigor em 19 de janeiro, as Nações Unidas estimaram que cerca de 70% dos mortos no enclave eram mulheres e crianças.

“Esses massacres brutais, que a ocupação (israelense) continua a perpetrar, ocorrem em um momento em que a Faixa de Gaza está sob um bloqueio catastrófico e sufocante e com o fechamento total de seus cruzamentos fronteiriços”, lembrou o governo local.

“Afirmamos que nosso povo palestino continuará trabalhando, usando todos os meios legais, políticos e diplomáticos, para expor os crimes da ocupação e pôr fim a essa agressão brutal que é uma vergonha para a humanidade”, acrescentou.

O gabinete de Netanyahu anunciou em um comunicado que o Exército estava atacando alvos do Hamas em Gaza “para alcançar os objetivos da guerra, conforme determinado pela cúpula política, incluindo a libertação de todos os nossos reféns, tanto os vivos como os mortos”.

“A partir de agora, Israel agirá contra o Hamas com força militar cada vez maior”, acrescentou o comunicado, detalhando que o “plano operacional” para retornar à guerra “foi apresentado no último final de semana pelo Exército e aprovado pela cúpula política”.

Os bombardeios começaram depois que Netanyahu anunciou que uma delegação de Israel viajaria ao Cairo para continuar negociando um cessar-fogo com o Hamas.

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