Escolas municipais de Canoas recebem cursos de informática e doação de computadores do governo federal

Escolas que foram atingidas e que ainda se reerguendo após a enchente. Este foi o critério usado pelo Ministério das Comunicações (MCom) para lançar oficialmente o programa Carreta Digital e doar computadores para a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) David Canabarro, nesta quarta-feira (19). Canoas é a primeira cidade no Rio Grande do Sul a a receber a iniciativa que oferece cursos em tecnologia para os estudantes da rede pública municipal. 

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Estudantes da Emef David Canabarro são capacitados em curso de informática



Estudantes da Emef David Canabarro são capacitados em curso de informática

Foto: Nicole Goulart/Especial

Localizada no bairro Mathias Velho, a instituição atende 540 alunos nos turnos matutino e vespertino. Fica a cargo de cada estudante escolher entre as capacitações em robótica, manutenção de computadores de alto desempenho (PC Gamer) e desenvolvimento de jogos. Além da David Canabarro, outras instituições da região usufruem da carreta estacionada na escola. 

O projeto itinerante já está programado para atender, até junho, as Emefs Odette Yolanda Oliveira Freitas (Mathias Velho), João Paulo I (Harmonia), Max Adolfo Oderich (Harmonia), Ministro Rubem Carlos Ludwig (Mathias Velho), Professor Thiago Wurth (Mathias Velho) e Doutor Rui Cirne Lima (Mato Grande). A escolha de mais escolas participantes está sendo feita em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SME) e com as equipes diretivas.

“A intenção é formar 3 mil alunos na rede pública de Canoas”, afirma a gerente do projeto na cidade, Thailini Mauamí Rodrigues. São quatro turmas por dia, duas em cada turno, com aulas que duram duas horas. Ao longo de uma semana, os estudantes são capacitados. 

Uma delas é a Lauren Flores do Nascimento, 12 anos, estudante do 7º ano na escola. “Estou me interessando bastante. Acho que todo mundo deveria saber sobre informática. É uma coisa que abre portas para o futuro”, ressalta. O interesse da jovem começou pelas artes, depois passou para os jogos e agora segue na informática. “Também estou estudando em casa e animada para a parte prática”, conta.

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Lauren Flores do Nascimento é uma das estudantes que participam do projeto itinerante do Ministério das Comunicações



Lauren Flores do Nascimento é uma das estudantes que participam do projeto itinerante do Ministério das Comunicações

Foto: Nicole Goulart/Especial

Já o colega de turma, Rafael Moíses Grolli, 12, acha que a prática pode ser um pouco difícil, mas mantém a animação. “Estou gostando de fazer as aulas, aprender a montar e mais para frente, quem sabe, seguir fazendo isso. Acho que vai ser mais complicado a parte prática, mas o resto eu vou aprendendo”, comenta. Para o estudante, a sala lotada de colegas muito animados pode ser um diferencial nos estudos. “É muito legal porque podemos aprender juntos”, destaca. 

Projeto federal 

A iniciativa é promovida pelo Ministério das Comunicações em parceria com a Rede Brasileira de Certificação, Pesquisa e Inovação (RBCIP), além de contar com o apoio da Prefeitura de Canoas e da Fundação CanoasTec. “A importância é levar para os alunos esse conhecimento, contribuir com o desenvolvimento lógico e despertar o interesse pelas disciplinas das exatas. Isso tudo resulta na melhoria do rendimento escolar”, ressalta Thailini. 

Em Canoas, o projeto representa uma forma de reconstrução da cidade, como também define o coordenador de Inclusão Digital do MCom, Gustavo André Lima. “Quando fomos fazer a seleção dos estados que iriam ser atendidos foi logo depois do período das enchentes e das fortes chuvas. Pensamos que era fundamental a carreta inicie passando pelo Rio Grande do Sul. Nós vemos a capacitação como uma movimentação super importante quando falamos de reconstrução. É criar cidadania, é abrir novas oportunidades, é totalmente voltado para o mercado de trabalho”, explica. 

Além do município, outras cidades gaúchas devem receber o projeto em breve. Ao todo, são 15 mil estudantes que devem ser certificados nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Roraima, Maranhão, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul. 

Doação de computadores 

Junto com a carreta, a Emef David Canabarro recebeu a doação de 10 computadores através do programa federal Computadores para Inclusão. A mesma quantidade também será destinada a Emef Odette Yolanda Oliveira Freitas. Ambas foram escolhidas por terem sido muito atingidas durante a enchente e devem compor os laboratórios de informática. 

Junto com a carreta, a escola recebeu doação de 10 computadores do programa Computadores para Inclusão



Junto com a carreta, a escola recebeu doação de 10 computadores do programa Computadores para Inclusão

Foto: Nicole Goulart/Especial

Os equipamentos são doações de órgãos públicos ao Centro de Recondicionamento de Computadores (CRC), um deles está localizado em Porto Alegre. Lá, jovens fazem a manutenção e destinam os aparelhos para escolas públicas, bibliotecas, associações, projetos sociais, aldeias indígenas e quilombos. 

“Essa a primeira escola que vai receber aqui em Canoas. Hoje, nós doamos para uma segunda escola até consigamos fazer um mapeamento desses espaços para revitalizar cada vez mais laboratórios da região. Não só aqui em Canoas, Porto Alegre e alguns municípios aqui do estado, percebemos que os espaços não estão com a estrutura pronta. A parte elétrica foi muito danificada neste processo. Então, não vale a pena trazermos o computador de imediato”, observa o coordenador Gustavo André Lima. 

Em todo o estado, 465 computadores já estão prontos para serem doados. “Nós temos uma meta de doação de computadores específica para o Rio Grande do Sul, algo entorno de 3 mil computadores pelo programa Computadores para Inclusão, nos próximos 24 meses. São vários municípios que vão ser atendidos, focados sempre neste momento de reconstrução”, completa. 

Laboratório ainda será reconstruído

Os computadores doados estão em uma sala de informática provisória na escola, de acordo com a diretora, Fernanda Netto Jardine. “Com a enchente, tínhamos três salas de madeira e elas foram condenadas. Estão sendo destruídas e neste espaço vai ser reorganizado o laboratório de informática. Tivemos que trocar as turmas de local”, comenta sobre a situação enquanto mostra o local. As reformas são feitas pela Prefeitura de Canoas.

Parte da escola ainda está em obras após a enchente do ano passado



Parte da escola ainda está em obras após a enchente do ano passado

Foto: Nicole Goulart/Especial

No espaço, estavam alocados os estudantes do 1º ao 3º ano, somando cerca de 150 crianças, além da biblioteca. “Esse espaço vai ser reconstruído para voltar a ter o laboratório de informática. Os computadores doados vão ser colocados nesse espaço para o aproveitamento dos alunos”, diz. Antes da enchente, eram 15 computadores na sala, mas alguns foram perdidos. A doação vem para repor essa perda. “Com certeza vai agregar no ensino”, reforça a diretora. 

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