Muito além dos juros nos EUA: FED mostra conflito entre Casa Branca e reduz aperto monetário

Atualmente, as taxas de juros nos EUA estão em um intervalo entre 4,25% e 4,50% ao ano, e a expectativa predominante entre analistas era de que o Fed manteria esses níveis inalterados na reunião do FOMC desta quarta-feira (19).

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De fato, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) decidiu, de forma unânime, manter a taxa dos Fed funds nesse intervalo. Portanto, o mercado já esperava essa e marca a segunda manutenção consecutiva dos juros americanos no intervalo atual.

Para muito além da manutenção na taxa de juros dos EUA, a leitura do discurso de Jerome Powell, presidente do BC americano, mostra outros pontos-chaves na economia do país. Por exemplo, uma redução no aperto monetário, ou Quantitative Tightening (QT).

O Fed vem reduzindo seus ativos nos últimos meses, diminuindo a compra de títulos do Tesouro (Treasuries) e securities hipotecários (MBS). Hoje, o FED anunciou que irá reduzir o ritmo da contração em seu balanço de ativos.

Como o QT afeta o mercado?

A decisão do FED afeta diretamente o Bitcoin e outros criptoativos, pois a política monetária influencia o apetite dos investidores por ativos de risco. Entre os cenários possíveis, o analista do BlockTrends PRO, Cauê Oliveira, aponta que a redução no QT é uma boa notícia para Bitcoin, ativo que o mercado considera de risco.

Isso porque, o QT é uma manobra que tem como objetivo reduzir a liquidez na base monetária, e isso traduz-se para mais títulos de dívidas e menos apetite de risco dos investidores.

Além disso, desde a volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, quase todo dia que passa é um novo pronunciamento do chefe do poder executivo americano enfeita as manchetes mundo afora.

Contudo, para especialistas, pode não ser tão viável assim. O que faz com que o clima de tensão e ansiedade na comunidade global siga se intensificando.

FED x Casa Branca: além dos juros dos EUA

Um embate entre a Casa Branca e o Federal Reserve (Fed) vêm se intensificando, gerando impactos significativos na economia global e nas oscilações do dólar.

Fabiana Guerra, advogada e contadora especializada em tributação americana e sócia-fundadora da Astra Global Advisors, analisa esse cenário como um momento de instabilidade prolongada.

“A recente decisão do Fed de manter os juros inalterados novamente reflete a necessidade de maior clareza sobre os efeitos das novas políticas fiscais e tarifárias da administração Trump. O banco central adota uma postura prudente, mas essa precaução tem gerado críticas dentro do próprio governo”, afirma.

A divergência entre Trump e o Fed não é inédita, mas a nova gestão do presidente americano parece disposta a confrontar ainda mais as decisões da instituição.

Em Davos, no Fórum Econômico Mundial, Trump declarou abertamente sua insatisfação com a condução da política monetária. O presidente defendeu cortes mais agressivos na taxa de juros para impulsionar a economia doméstica.

A política monetária volátil de Trump fez com que um temor por uma possível recessão na economia do país começasse a ser considerada por diversos especialistas.

Expectativas para o futuro

Em meio a esse cenário, Powell tenta manter um cenário mais “estável” perante investidores. Como indicado por sua fala no início deste mês, de que a economia americana “está bem”, ao mesmo tempo que evita comentar qualquer ação de Trump.

Portanto, em uma economia que “está bem”, o caminho contrário ao QT, que é o Quantitative Easing, ou afrouxamento monetário não seria necessário por hora.

Ao contrário do QT, o QE traduz-se em uma manobra onde o Banco Central recompra seus títulos longos e ativos como hipotecas. Ou seja, quando acontece uma injeção de liquidez na base monetária.

No entanto, a especialista alerta que o cenário pode mudar rapidamente, a depender das próximas decisões da Casa Branca e das respostas do Fed.

“As políticas tarifárias mais duras adotadas por Trump já estão mexendo com o comércio global. A imposição de tarifas sobre a União Europeia, o aço e o alumínio em escala global e, talvez, até mesmo ao Brasil, em breve, cria um ambiente de incerteza para investidores”, argumenta.

No que tange ao dólar, Fabiana diz que, se o governo pressionar ainda mais o Fed, será possível observar oscilações expressivas no dólar. Além disso, historicamente esse cenário costuma ser negativo para ativos que o mercado enxerga como de risco, como Bitcoin e demais criptomoedas.

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