Nova Política de Sustentabilidade cria certificação ESG para portos e aeroportos

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A participação na certificação é voluntária e aberta a empresas com mais de 100 funcionários (Banco de imagens/Freepik/Criado com IA)

Através da Portaria nº 58/2025, publicada em 27 de janeiro, o Ministério de Portos e Aeroportos instituiu uma nova Política de Sustentabilidade voltada a portos e aeroportos, tanto sob gestão pública quanto privada. A medida visa reforçar a governança ambiental, climática e social nesses setores, estabelecendo um selo de certificação ESG em quatro categorias: bronze, prata, ouro e diamante.

O objetivo é garantir que esses empreendimentos de infraestrutura operem de forma ética e responsável, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. A certificação será concedida com base no cumprimento de metas e indicadores de desempenho nas áreas de planejamento e governança, meio ambiente e responsabilidade social.

“Neste ano, o Ministério de Portos e Aeroportos vai definir a agenda de ações e as metas que devem ser buscadas pelos portos e aeroportos do país. Até novembro deste ano, deverá ser publicada a agenda e os compromissos para o ano de 2026, criando um calendário de ações”, explica Nahima Razuk, sócia do escritório Razuk Barreto Valiati.

A participação na certificação é voluntária e aberta a empresas com mais de 100 funcionários, desde que não possuam condenações por exploração de trabalho infantil e condições análogas à escravidão. As companhias também deverão divulgar seus inventários corporativos de emissão de gases de efeito estufa, conforme o Programa Brasileiro GHG Protocol.

Benefícios e incentivos para as empresas certificadas

Empresas certificadas com o selo ESG poderão utilizar a certificação em produtos, serviços e campanhas de comunicação, reforçando sua reputação e compromisso com a sustentabilidade no mercado. Outros incentivos incluem:

  • Priorização na análise de projetos de empresas certificadas pelos órgãos governamentais ligados a portos e aeroportos;
  • Fortalecimento na gestão do processo de licenciamento ambiental, visando maior celeridade;
  • Habilitação para emissão de debêntures ligadas à sustentabilidade;
  • Maior acesso à interlocução com o governo federal para temas do setor.

“Os aeroportos e portos terão que desenvolver planos de ação específicos, que serão monitorados a partir de indicadores de desempenho e, caso estes propósitos sejam atingidos, serão certificados”, explica Nahima. “A certificação é uma medida usada em diversas áreas, que reconhece as iniciativas desenvolvidas pelas empresas. Ou seja, é um instrumento já conhecido e que pode estimular práticas ESG, especialmente se houver benefícios e incentivos”, destaca.

Os selos bronze, prata, ouro e diamante

A obtenção das certificações vai seguir a regra estabelecida pela Portaria nº 58/2025 em quatro níveis:

  • Bronze – Implementação de, ao menos, uma iniciativa em cada eixo ESG (sustentabilidade, governança e social);
  • Prata – Duas iniciativas implementadas por eixo, além de uma meta ambiental autodefinida, auditada conforme os Planos de Ação;
  • Ouro – Todas as iniciativas implementadas nos três eixos, metas autodefinidas em meio ambiente e social e adesão ao Programa Brasileiro GHG Protocol, divulgando relatórios de emissões de gases de efeito estufa no Registro Público do Programa;
  • Diamante – Cumprimento dos critérios da certificação Ouro e adiciona a obrigatoriedade de publicação do relatório de transparência salarial, conforme a Lei nº 14.611/2023 (Lei de Igualdade Salarial entre Mulheres e Homens).

“Para obter a certificação para o ano seguinte, as empresas interessadas deverão pleitear a certificação até 05 de junho”, completa Nahima.

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