STJ nega ação popular contra Bolsonaro por declarações sobre fraude nas urnas

Jair Bolsonaro

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou uma ação popular contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) relacionada às declarações feitas por ele sobre as urnas eletrônicas. A ação foi movida por um cidadão que buscava que a Justiça reconhecesse que Bolsonaro fez afirmações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro.

O foco da ação estava em declarações feitas por Bolsonaro em 9 de março de 2020, durante uma viagem oficial a Miami, nos Estados Unidos. Na ocasião, o ex-presidente alegou que teria ocorrido fraude nas eleições de 2018, quando foi eleito no segundo turno, e prometeu apresentar provas de que teria vencido o pleito já no primeiro turno. No entanto, ele nunca mostrou as evidências prometidas.

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O STJ entendeu que o caso não se enquadra nas condições previstas para ações populares, que devem ser movidas em situações envolvendo atos administrativos com efeitos concretos e potencial lesivo.

O relator do caso, ministro Gurgel de Faria, argumentou que, embora as declarações de Bolsonaro fossem questionáveis e carecessem de provas, elas não configuram atos administrativos e, portanto, não podem ser avaliadas em uma ação popular.

O ministro destacou que as declarações de Bolsonaro são opiniões proferidas em um contexto político, o que, segundo ele, as coloca fora do alcance da proteção oferecida pela ação popular. “Não há materialidade jurídica” nas declarações feitas pelo ex-presidente, afirmou o relator.

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