Identidade digital na aviação: líderes cobram urgência na adoção da tecnologia

Aeroporto Internacional de Florianopolis Foto Ricardo Wolffenbuttel scaled Identidade digital na aviação: líderes cobram urgência na adoção da tecnologia

A tecnologia está pronta e já foi testada (Ricardo Wolffenbuttel/Divulgação)

Líderes do setor aéreo e autoridades governamentais reforçaram, durante a Sydney Leaders Week, a necessidade urgente de adotar tecnologias de identidade digital para tornar os voos mais seguros e eficientes. O evento, organizado pela Qantas, reuniu representantes da Austrália, Canadá, China, Nova Zelândia, Reino Unido e Estados Unidos, que chegaram a um consenso: a aviação precisa acelerar a implementação de credenciais verificáveis (CV) e identificadores descentralizados (IDD). Para a Associação do Transporte Aéreo Internacional (IATA), a tecnologia está pronta e já foi testada. O próximo passo é garantir uma recomendação oficial na próxima assembleia da OACI (Organização da Aviação Civil Internacional).

A digitalização dos processos de identificação promete mais segurança e menos burocracia nos aeroportos. Entre os benefícios da identidade digital estão a redução de fraudes, já que sistemas mais avançados dificultam a falsificação de documentos e reduzem acessos não autorizados; a criação de um sistema de identificação seguro e globalmente confiável, permitindo que passageiros e tripulações sejam verificados sem a necessidade de múltiplos cadastros; e mais eficiência operacional, com processos de embarque agilizados e verificações de segurança otimizadas. “Todos que operam na aviação querem que o voo seja ainda mais seguro, o que vai além das divisões geopolíticas”, disse Nick Careen, vice-presidente sênior de operações e segurança da IATA.

A conferência também apontou os passos necessários para tornar a identidade digital uma realidade. Entre eles, a incorporação da tecnologia às normas atuais, seguindo as diretrizes da OACI; a integração de soluções digitais às políticas nacionais, permitindo um fluxo de passageiros mais ágil e seguro; investimentos em capacitação para que o setor esteja pronto para operar com as novas tecnologias; e o engajamento do mercado, incentivando companhias aéreas e aeroportos a aderirem à digitalização.

Uma das iniciativas que caminham nesse sentido é o One ID, da IATA, que busca eliminar a necessidade de documentos físicos nos aeroportos, permitindo que os passageiros façam todo o processo de viagem usando reconhecimento biométrico. O projeto segue as diretrizes da OACI e visa manter segurança e privacidade em nível global. Além disso, a IATA está desenvolvendo o Aviation Security Trust Framework, um conjunto de diretrizes para garantir que a identidade digital seja adotada de maneira segura e padronizada em todo o mundo. A discussão agora avança para a próxima assembleia da OACI, onde os líderes do setor esperam transformar as propostas em ações concretas.

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