Melnick (MELK3) registra lucro de R$ 34 milhões no 4T e aposta em novos mercados

Leandro Melnick - CEO - Crédito - Jonas Adriano

A Melnick (MELK3), subsidiária da construtora Even (EVEN3), encerrou o quarto trimestre de 2024 (4T24) com lucro líquido de R$ 34 milhões, queda de 27,7% em relação aos R$ 47,4 milhões registrados no quarto trimestre de 2023 (4T23) e de 3,7% na comparação com os R$ 35,6 milhões do terceiro trimestre de 2024 (3T24).

O período também registrou um Valor Geral de Vendas (VGV) líquido de R$ 251 milhões, crescimento de 340% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. As vendas somaram R$ 236 milhões, avanço de 10% na comparação anual, enquanto a taxa de vendas sobre oferta (VSO) de lançamentos atingiu 61%, reforçando a recuperação do setor. A margem bruta no trimestre ficou em 26,5%.

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No acumulado de 2024, a Melnick reportou um lucro de R$ 71 milhões. Ao longo do ano, foram lançados dez empreendimentos, totalizando um VGV bruto de R$ 1,5 bilhão e um VGV líquido de R$ 1,1 bilhão, alta de 49% sobre 2023. As vendas líquidas somaram R$ 837 milhões, crescimento de 3% na comparação anual. A margem bruta foi de 24,9%, avanço de 9% sobre o ano anterior. A receita líquida atingiu R$ 1,029 bilhão, enquanto o caixa geracional fechou em R$ 71 milhões, alta de 37%.

Leandro Melnick, CEO da Melnick, diz que, apesar de o ano ter sido atípico, especialmente pelos efeitos climáticos no primeiro semestre, a empresa conseguiu se recuperar e manter a estabilidade operacional nos meses seguintes. As fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul em maio deste ano foram consideradas a pior tragédia climática da história do estado. Segundo o balanço da Defesa Civil, 183 pessoas perderam a vida e 27 continuam desaparecidas, até a última atualização.

As tempestades afetaram mais de 2,3 milhões de pessoas, atingindo 471 municípios, o que corresponde a quase 95% das cidades gaúchas. Durante o pico das chuvas, aproximadamente 79 mil pessoas ficaram desabrigadas, após suas casas serem destruídas ou levadas pelas águas. “O segundo trimestre foi complicado, mas no terceiro e quarto trimestres voltamos ao nível de vendas e lançamentos do primeiro trimestre”, afirma Melnick.

Mesmo com a interrupção das operações no segundo trimestre devido aos danos causados pela enchente, a Melnick registrou um aumento de 3% no volume de vendas em comparação com 2023. O período sem operações comerciais foi utilizado pela empresa para ações de apoio à população, como centros de distribuição de alimentos e medicamentos, além de abrigar pessoas afetadas pela catástrofe.

Além disso, o executivo calcula que a empresa obteve um crescimento de 9% em sua margem de lucro e uma geração de caixa 37% superior ao ano anterior, somando R$ 71 milhões. “Esses números indicam que, apesar dos prejuízos causados pelos impactos da enchente, a Melnick conseguiu manter sua capacidade de operação e seguir com suas metas financeiras”, avalia o CEO.

Novos mercados

Segundo a empresa, a companhia está estudando novos mercados há cerca de quatro a cinco anos e agora inicia sua atuação em parceria em Santa Catarina e São Paulo. A decisão de expansão ocorre porque a empresa entende que Porto Alegre já atingiu um limite de crescimento para seus produtos. Além disso, a Melnick possui um alto nível de caixa, o que permite a adoção de uma estratégia conservadora e mitigadora de riscos ao atuar fora da sua região primária.

A empresa pontua que sua abordagem para novos mercados será sempre por meio de parcerias, um modelo que permite maior segurança ao operar em regiões desconhecidas. Em Santa Catarina, a Melnick aposta no dinamismo do mercado imobiliário local, enquanto em São Paulo já estabeleceu uma parceria com uma equipe que trabalha com a empresa há mais de 15 anos.

“Esse diferencial coloca a Melnick em uma posição privilegiada, especialmente em um momento de juros altos, onde muitas incorporadoras enfrentam dificuldades devido à alavancagem financeira. Com baixa exposição à dívida e alto caixa disponível, a Melnick pode estabelecer parcerias estratégicas com outras empresas que desejam minimizar riscos e reduzir exposição”, explica o executivo.

Confiança

Outro fator importante mencionado pelo CEO é a recuperação da confiança do consumidor, que tem se refletido diretamente no volume de vendas da empresa. A compra de um imóvel é uma decisão de grande impacto financeiro para as famílias, sendo influenciada diretamente pelo nível de confiança na economia e no futuro do Estado.

Para a Melnick, os números comerciais indicam que o mercado superou o trauma da enchente no Rio Grande do Sul, e a demanda reprimida voltou a impulsionar os negócios. Além disso, a empresa acredita que sua linha de produtos diferenciada e sua solidez no mercado contribuíram para esse desempenho positivo.

Outro aspecto que favoreceu a Melnick foi a redução na concorrência. Muitas incorporadoras de médio e pequeno porte optaram por adiar lançamentos devido às incertezas econômicas causadas pela enchente e pela alta dos juros. Com isso, a oferta de novos empreendimentos no segundo semestre em Porto Alegre ficou abaixo do histórico usual, beneficiando empresas que conseguiram manter seus lançamentos, como a Melnick.

Dividendos

A Melnick pagou R$ 81,4 milhões em dividendos ao longo do ano. Desse valor, R$ 40 milhões foram pagos no quarto trimestre.

Em assembleia geral extraordinária realizada em janeiro deste ano, os acionistas aprovaram a redução do capital social da empresa em R$ 150 milhões. O montante, diz a companhia, será restituído em dinheiro aos acionistas, proporcionalmente às suas participações, sem alteração no número de ações.

A Melnick afirma que o pagamento será feito no dia 28 deste mês, com valor equivalente a R$ 0,7343 por ação.

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