OUTONO: Saiba o que esperar das temperaturas durante estação que começa nesta quinta-feira

O verão no hemisfério sul se encerrou na quarta-feira (19) com recordes de temperatura em todo o País ao longo da estação. Com a chegada do outono nesta quinta (20), a tendência de máximas acima do normal deve continuar. Contudo, sem os efeitos de La Niña ou El Niño, com o decorrer dos meses, as temperaturas devem diminuir gradualmente e voltar a patamares típicos para a época do ano.

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Outono_fim verão_troca folhagem | abc+



Outono_fim verão_troca folhagem

Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial

Oficialmente, o outono começou às 6h01 desta quinta e se encerra no dia 20 de junho, quando o inverno chega ao hemisfério sul. Além das temperaturas, a MetSul Meteorologia projeta uma estação bem diferente de 2024, quando o Rio Grande do Sul enfrentou a maior tragédia climática de sua história.

Chuvas intensas e a elevação dos rios causaram uma enchente de proporções incalculáveis no Estado no ano passado. “O desastre aconteceu em uma situação bem diferente do que temos agora, pois todos os oceanos estavam mais quentes, situação que era inédita. Agora, em março de 2025, estamos saindo inclusive de um La Niña, que resfria o Oceano Pacífico, e outros oceanos oscilando entre águas mais quentes e frias, um cenário de mais normalidade, o que reduz o risco de enchentes”, projeta a meteorologista Estael Sias, da MetSul.

Espera de um alívio

Moradora do bairro Canudos, em Novo Hamburgo, a dona de casa Sabrina Santos da Silva, de 39 anos, conta que as altas temperaturas deste verão – que ficaram inclusive acima da média esperada – fizeram com que mudasse de ideia sobre a estação. “Sempre gostei do verão, mas dessa vez o calor foi tão forte que estou bem feliz com a chegada do outono, porque estava com saudade do frio”, relata Sabrina.

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Ela estava acompanhada dos filhos, Yuri Gabriel da Silva Perlon, 8, e Lara Maria Silva da Rosa, 4, com quem precisou dividir o espaço para conseguir dormir nos últimos meses. “Temos ar-condicionado, e a gente teve que dormir todo mundo junto porque não dava para ficar nos outros cômodos sem ele”, conta, explicando a rotina da família, que inclui o marido e outro filho.

Previsão mais difícil

Embora não haja influência de um fenômeno climático de grande escala durante a estação, Estael alerta que isso não torna a previsão mais precisa. Pelo contrário. “Isso não significa normalidade, porque não temos um cenário bem definido de El Niño ou La Niña, outros índices de menor escala e de menor período acabam tendo um peso maior. Então, fenômenos de curto prazo, e que só conseguimos prever em um curto prazo, podem ter um impacto no regime de chuvas e no comportamento da temperatura”, explica.

Contudo, apesar das incertezas, há otimismo de que a estação não terá os mesmos impactos das chuvas do ano anterior. “A gente sabia que os extremos iam acontecer, mas não tínhamos como prever com meses de antecedência onde iriam acontecer, e vimos muitos extremos”, conta Estael, fazendo referência ao cenário que se notava ainda em março do ano passado. “Situações de alagamento podem acontecer em um rio ou outro, mas nada comparado com o que aconteceu em 2024.”

Calor no início e efeito cebola

A MetSul prevê que, nas primeiras semanas do outono, o calor ainda será sentido no Rio Grande do Sul. “Há uma tendência de que as primeiras semanas tenham um padrão de temperatura acima da média entre abril e o começo de maio, inclusive com veranicos e períodos mais quentes que o normal. Acredito que na segunda metade do mês de maio as incursões de ar polar sejam mais fortes, dentro de um cenário bem esperado para o outono.”

Outra característica marcante da estação será a variação de temperatura ao longo do dia, causando o chamado efeito cebola. “Estamos em um período de transição em uma área que já é de transição como o Rio Grande do Sul, por isso tanto contraste de temperatura, como é a marca do outono”, explica Estael.

Porém, a região metropolitana e os vales dos Sinos, Paranhana e Caí tendem a sofrer menos com essas variações bruscas entre o frio da manhã e o calor da tarde. Nessas áreas, a preocupação é outra. “Vamos lembrar em dezembro a queda da aeronave em Gramado como consequência da serração, o que é muito típico de outono”, salienta Estael, chamando atenção para os riscos não apenas no transporte aéreo, mas também nas estradas, onde a visibilidade reduzida pode aumentar o perigo de acidentes.

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