Trombones, tubas e pratos: escolas do DF ganham kits com instrumentos

Para embalar o aprendizado de 1.489 alunos de seis escolas públicas, a Secretaria de Educação investiu R$ 189 mil  na compra de kits para banda, com instrumentos musicais.

O processo de aquisição tramita desde fevereiro de 2024, a partir do apoio financeiro aos estados e municípios, disponibilizado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Segundo a Secretaria de Educação, os kits atenderão 1.219 estudantes do ensino fundamental e 270 do ensino médio por ano. O programa ainda poderá ajudar alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Veja as escolas beneficiadas:

Centro Educacional 308 do Recanto das Emas;
Centro Educacional Fercal de Sobradinho;
Centro de Ensino Médio 3 do Gama;
Centro de Ensino Fundamental 11 do Gama;
Centro de Ensino Fundamental 407 de Samambaia e
Centro de Ensino Fundamental Arapoanga.

De acordo com a pasta, a educação musical propicia o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que caracteriza um modo de ordenar e dar sentido à experiência humana.

Com a música, a secretaria acredita que o aluno desenvolve sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer as formas produzidas individual e em conjunto com colegas.

Para a pasta, a música representa função decisiva no processo de ensino e de aprendizagem, visto que estimula o uso dos sentidos. Promove maior habilidade de observação, localização, compreensão, descrição e representação.

No ensino médio, na avaliação da secretaria, a música estimula a autonomia e amplia as possibilidades de construção e de manifestação do estudante.

Segundo a secretaria, a aprendizagem musical apresenta-se como um caminho para revelações de sensações e de interpretações que, de outro modo, se manteriam restritas.

Cada Kit banda é composto pelos seguintes instrumentos:

4 Trompetes em Si bemol;
4 Trombones de Marcha em Si bemol;
1 Trompa de Marcha em Si bemol;
1 Eufônio em Si bemol:
1 Tuba 3/4 em Si bemol;
1 Caixa Tenor de Marcha com Colete;
1 Bumbo de Marcha com Colete;
1 Par de Pratos (14″); e
4 Estantes de Partitura.

Bom investimento

Na avaliação do especialista em educação Afonso Galvão, o investimento em música para fortalecer o ensino é bem-vindo e necessário.

Segundo o especialista, a música une três esferas do aprendizado. Trabalha o plano cognitivo, pois o aluno precisa entender as partituras e compreender a linguagem musical. O estudante é estimulado no plano emocional, na medida em que aprende a interpretar e acompanhar a emoção em cada apresentação. Por fim, alimenta o plano cinestésico, exigindo percepção de espaço, movimento e coordenação motoria fina de mão, olho e cérebro.

“A música trabalha esses três planos ao mesmo tempo. É uma das atividades mais demandantes que o ser humano já inventou. Não é exagero em dizer que a música deixa qualquer pessoa mais inteligente. E a música é, em si, um valor”, pontuou.

Sobe o som

Na leitura de Galvão, o GDF deve aumentar ampliar o investimento em música nas escolas. “O maestro Cláudio Cohen, Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro, tem um projeto muito bom em Barra Mansa, no Rio de Janeiro. Ele expande a música clássica e concertos para a comunidade com baixo custo”, contou Galvão.

Segundo o especialista, o projeto de Cohen é inspirado em um modelo da Venezuela criado há 50 anos. “Não tem ligação alguma com o Chavismo ou o Madurismo. Essa iniciativa foi copiada por diversos países da Europa, como a Alemanha e a Inglaterra. Em Barra Mansa, o projeto ajudou a diminuir a criminalidade infanto-juvenil em 80%”, explicou.

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