Veja como acessar versão digital dos arquivos do caso Kennedy

O então presidente Kennedy foi morto enquando desfilava de carro aberto em DallasReprodução

Parte dos arquivos secretos relacionados ao assassinato do presidente John F. Kennedy, em 22 de novembro de 1963, em Dallas, Texas, começou a ser liberada pelos Estados Unidos na última terça-feira (18).

Esses documentos, que estão em inglês, podem ser acessados na internet, por meio do site dos Arquivos Nacionais dos Estados Unidos, o National Archives. Clique aqui para acessar.

Além dessa versão digital, há também a versão impressa, disponível na Records Administration, em College Park, Maryland.

A ordem de liberação completa dos registros foi assinada em janeiro pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo ele, que prometeu que tudo seria revelado, o objetivo é promover “transparência máxima” sobre o caso.

Jacqueline Kennedy, primeira dama, estava ao lado do presidente e entrou em choque e subiu na traseira do conversívelReprodução

Apesar de muitos documentos estarem desfocados ou de difícil leitura devido aos desgastes em decorrer do tempo, eles trazem algumas informações inéditas sobre as investigações do caso.

Entre eles, há um memorando da CIA confirmando que Lee Harvey Oswald, acusado de assassinar Kennedy, telefonou para a embaixada soviética na Cidade do México pedindo um visto para viajar à União Soviética semanas antes do assassinato.

Outro documento menciona uma ligação interceptada, um dia após o assassinato, entre Oswald e um oficial da KGB na mesma embaixada.

Lee Harvey Oswald, acusado de assassinar Kennedy, foi morto dois dias depois do crimereprodução/ABC News

Uma nota interna da CIA datada de 1991 relata que um oficial da KGB revisou cinco volumes de arquivos sobre Oswald e concluiu que ele nunca foi controlado pela agência soviética, além de duvidar que alguém poderia “controlá-lo”.

Há também registros de visitas de Oswald às embaixadas cubana e soviética antes de retornar aos Estados Unidos pelo Texas, em outubro de 1963.

Brasil é citado

O Brasil é citado em alguns registros liberados. Um dos documentos trata sobre uma oferta de auxílio de China e Cuba em 1961.

Segundo um dos arquivos, datado de 1961, Mao Tsé-Tung, então líder do Partido Comunista da China, e Fidel Castro, então primeiro-ministro de Cuba, ofereceram “materiais, “suporte” e “voluntários” para Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul, em agosto daquele ano.

Na ocasião, Brizola estava liderando os esforços para sucessão de poder no Brasil após a renúncia de Jânio Quadros, como é ressaltado pelo documento produzido pela CIA.

O arquivo da CIA pontua que Brizola apenas agradeceu a oferta de ajuda dos líderes de Cuba e China, mas acabou a recusando. De acordo com a CIA, o governador não queria levar a crise no Brasil ao cenário internacional.

 Baixo impacto até agora

Na opinião de especialistas norte-americanos que acompanham o caso, as informações, embora relevantes, não devem modificar os veredictos históricos da Comissão Warren, que na época investigou o crime e apontou Oswald como o único autor do crime.

No entanto, eles concordam que, mesmo assim e considerando que parte dos arquivos continua sob sigilo judicial ou protegidos por restrições de segurança, a iniciativa marca um importante avanço na desclassificação de informações históricas, permitindo que pesquisadores e o público revisitem detalhes dos acontecimentos de 1963.

Um rifle Carcano Modelo 91/38 é visto próximo ao local onde Lee Harvey Oswald o abandonou USA TODAY/REPRODUÇÃO

Esta divulgação dos arquivos não abrange a totalidade dos documentos prometidos – faltam mais de dois terços dos arquivos, além de centenas de registros do FBI e do IRS.

Teorias da conspiração

O mistério envolvendo a morte do ex-presidente Kennedy atrai a atenção do mundo e muitas teorias da conspiração foram criadas.

A quem diga que Kennedy foi morto pela União Soviética e sua agência de espionagem, a KGB, outros apontam o regime de Fidel Castro em Cuba. Também há quem diga que foi a máfia e ainda quem acusa a CIA e o FBI.

O presidente John F. Kennedy se tornou o 35º presidente dos Estados Unidos em 20 de janeiro de 1961.USA TODAY/REPRODUÇÃO

O vice-presidente Lyndon B. Johnson também ficou sob suspeita para alguns americanos que diziam ter sido ele o mentor do assassinato do presidente. E até quem alega que o assassinato foi uma operação do Mossad, o serviço secreto israelense, motivado pela oposição vocal de Kennedy ao programa nuclear israelense.

Muitas informações ainda deverão vir a público com a liberação completa dos documentos, prometida por Trump.

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