Volkswagen Virtus é para quem busca uma condução precisa | Avaliação

Os SUVs ofuscaram os sedans? Sim e não! Embora tenham perdido espaço, ainda há quem seja fiel ao design de três volumes e, principalmente, à condução mais próxima do solo. A Volkswagen aposta no Virtus, que, nesta versão 170 TSI AT, oferece um interessante pacote de série por iniciais R$ 126.390.

Ele duela e divide as atenções dos consumidores com Chevrolet Onix Plus, Honda City, Nissan Versa e Hyundai HB20S, entre outros. Uma briga (bem) acirrada, mas será que o propulsor 170 TSI, mais manso em comparação aos 200 TSI e 250 TSI, tirou o brilho da dirigibilidade do sedã da Volkswagen?

O tricilíndrico 1.0 turbo vai casado ao câmbio automático sequencial de seis marchas (AQ160), para render 116 cv, quando abastecido com etanol, e 16,8 kgfm ingerindo tanto o combustível vegetal quanto gasolina. A unidade é da família EA211, a qual têm configurações 200 TSI (até 128 cv e 20,4 kgfm) e 250 TSI (150 cv e 25,5 kgfm).

Volkswagen Virtus 170 TSI prata estacionado de frente e visto do alto
Volkswagen Virtus 170 TSI [Auto+ / Rafael Déa]

Embora os números de desempenho não saltem aos olhos é ao volante que o Virtus 170TSI prova o seu valor pelo torque entregue abaixo das 2.000 rpm. Isso contribui na experiência de condução, principalmente nos trajetos urbanos, seja nas saídas de semáforo ou nas retomadas de velocidade. No entanto, há ressalvas!

Atrasos no Volkswagen Virtus

Ele não é tão elástico quanto o 200 TSI, mas a dirigibilidade é condizente com a proposta nas baixas e médias rotações. No entanto, o pedal do acelerador poderia ser mais responsivo, e o turbo lag (atraso antes de o turbocompressor encher) é perceptível. Além disso, acima de 4.000 rpm, o ruído do tricilíndrico invade a cabine.

São soluções para adequar o carro às regras de emissões, assim como de consumo e incomoda, especialmente após longos períodos ao volante por conta desse delay do pedal do acelerador. Em contrapartida as trocas sequenciais são realizadas pelas borboletas atrás do volante ou na alavanca seletora de marchas. 

No entanto, nada incomoda mais do que a atuação da caixa automática AQ160 da Aisin. Dependendo da situação, surgem trancos inesperados nas reduções das duas primeiras marchas, além de uma reação brusca ao sair da imobilidade. Isso exige atenção do motorista ao manobrar em locais apertados para evitar acidentes.

Apesar desses pênaltis e do desempenho mais modesto em relação às configurações 200 TSI e 250 TSI, o Virtus 170 TSI AT compensa pelo consumo. Segundo o Inmetro, faz com etanol 8,5 km/l (cidade) e 10,4 km/l (estrada), enquanto na gasolina crava 12,2 km/l e 14,9 km/l, na ordem. O funcionamento do Start-Stop durante as breves paradas poderia ser mais suave.

Volkswagen Virtus 170 TSI prata estacionado de traseira com muro de pedras ao fundo
Volkswagen Virtus 170 TSI [Auto+ / Rafael Déa]

Essa mecânica 170 TSI virá no SUV Tera e, no Virtus avaliado, com transmissão automática de seis marchas, custa a partir de R$119.990. Independentemente, um dos grandes destaques do sedan da Volkswagen é o conjunto de suspensões, que transmite a típica calibração da marca.

Como é nas curvas? 

Com um acerto mais firme, o conjunto frontal adota arquitetura McPherson, enquanto a traseira conta com eixo de torção. Embora sinta as imperfeições do solo e buracos mais profundos, o Virtus apresenta baixa rolagem da carroceria em curvas. Além disso, a direção elétrica é rápida e precisa ao esterço, ainda que um pouco pesada em baixas velocidades.

É um carro com boa estabilidade, principalmente devido à calibração das suspensões, e contorna melhor as curvas do que um utilitário esportivo compacto. Em comparação, seu irmão de plataforma, o T-Cross, também utiliza a base MQB-A0, que é compartilhada com Polo, Nivus e Tera.

Volkswagen Virtus 170 TSI prata estacionado de lateral
Volkswagen Virtus 170 TSI [Auto+ / Rafael Déa]

Ao contrário dos sedãs da Chevrolet e da Honda, o pedal de freio do Virtus tem um acionamento mais firme em relação ao Onix Plus e ao City — uma questão de preferência de cada fabricante. De todo modo, as frenagens do Virtus são garantidas pelos discos ventilados na dianteira e tambores na traseira.

As rodas de liga leve de 15 polegadas deixam à mostra os discos de freio frontais e os tambores traseiros. Elas são calçadas com pneus 195/65, e o bom perfil 65 contribui para a absorção de impactos pela suspensão.

Volkswagen Virtus 170 TSI [Auto+ / Rafael Déa]

E o interior do Volkswagen Virtus?

Construído sobre a arquitetura MQB-A0, o Volkswagen Virtus mede 4,56 m de comprimento, 1,75 m de largura, 1,47 m de altura e tem 2,65 m de entre-eixos, o que garante um generoso espaço para as pernas e joelhos de quem viaja na segunda fileira de bancos. Além disso, conta com saídas de ar e tomadas USB dedicadas.

Uma vez dentro, o acabamento poderia ser melhor e, basicamente é composto por plásticos. Mesmo assim, há um bom aproveitamento do espaço da cabine, da mesma forma que traz quadro de instrumentos digital de oito polegadas com conta-giros e carregador por indução. O multimídia VW Play de 10,1 polegadas tem Android Auto e Apple CarPlay, mas, a qualidade sonora dos alto-falantes não é das melhores.

Os bancos dianteiros são inteiriços, com espumas de densidade (muito) macia. No entanto, não acomodam tão bem o corpo, e as abas laterais poderiam ser maiores. Mesmo com os comandos à mão e a coluna de direção ajustável em altura e profundidade, após um longo período ao volante, é possível sentir certo cansaço.

Ok, nenhum carro é perfeito! Mas essas críticas à cabine do Volkswagen Virtus desaparecem diante do generoso porta-malas, que oferece 521 litros de capacidade. O compartimento é todo revestido e conta com abertura elétrica, mas as alças do tipo pescoço de ganso acabam roubando um pouco do espaço.

Segurança do Volkswagen Virtus

O pacote de assistências à condução do Virtus 170 TSI inclui controlador adaptativo de velocidade, frenagem autônoma de emergência, assistente de partida em rampas e seis airbags (frontais, laterais e de cortina). Além disso, conta com controles eletrônicos de tração e estabilidade, além do bloqueio eletrônico do diferencial.

Os faróis são Full LED, assim como as lanternas. O modelo também conta com sistemas de controle da perda de pressão dos pneus e frenagem automática pós-colisão. De acordo com os testes de colisão do Latin NCAP, o Virtus obteve cinco estrelas.

Volkswagen Virtus 170TSI parado de frente e lateral com muro de pedra ao fundo
Volkswagen Virtus 170 TSI [Auto+ / Rafael Déa]

Veredicto

Para quem gosta de uma condução mais próxima ao solo e de um carro que contorne melhor as curvas, o Volkswagen Virtus é uma boa escolha. Ele entrega a típica dirigibilidade da marca, com calibração mais firme das suspensões e uma caixa de direção rápida ao esterço.

Na faixa dos R$ 120.000, é uma opção acertada, apesar do interior, que utiliza plásticos em sua totalidade. Por outro lado, compensa pelo espaço para as pernas e joelhos de quem viaja na segunda fileira, além da boa capacidade volumétrica do porta-malas.

O que você acha do Virtus? Você teria esse Volkswagen ou optaria por outro sedan do segmento? Compartilhe sua opinião nos comentários!


O post Volkswagen Virtus é para quem busca uma condução precisa | Avaliação apareceu primeiro em Auto+ TV.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.