Ação da Associação Isaura Maia usa poesia para fortalecer a saúde mental nas comunidades

Fortalecer a saúde mental dos educandos através da arte e da poesia. Este foi o objetivo do projeto Arte como Possibilidade de Cuidado em Saúde Mental, realizado pela Associação Isaura Maia, do bairro Arroio da Manteiga, de São Leopoldo, encerrado neste mês de março.

A atividade contou com oficinas de poesia e a produção de um livro



A atividade contou com oficinas de poesia e a produção de um livro

Foto: Divulgação/Associação Isaura Maia

A ação, iniciada em janeiro de 2024, envolveu 90 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social atendidas pela casa. De acordo com a coordenadora de projetos da Associação, Jéssica Gil Schossler, o projeto consistiu em oficinas semanais de poesia e grupos semanais de saúde mental, que tiveram como objetivo auxiliar os jovens com seus desafios emocionais e comportamentais.

“Utilizando a poesia infantil como ferramenta, o projeto buscou fortalecer a saúde mental, oferecendo aos participantes um espaço seguro para explorar suas emoções, superar desafios e desenvolver habilidades socioemocionais”, afirma Jéssica Gil.

“As atividades artísticas proporcionam uma forma criativa de autoconhecimento, enquanto a música e a poesia desempenham um papel terapêutico fundamental”, continua a coordenadora, que informa que as oficinas resultaram ainda na produção do livro Poetizar-se: Palavras que Colorem Mundos.

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Ela descreve que a obra contém “uma série de desenhos e pequenos excertos de textos escritos nas oficinas de poesia, como um testemunho vivo do que foi produzido, desde textos mais elaborados até os mais simples.”

Desenvolvimento socioemocional e ampliação do acervo da biblioteca

Através do projeto, Jéssica informa que a Associação adquiriu 31 livros para a Biblioteca Carolina Maria de Jesus, além de 24 oriundos de doações. Com isso, o acervo de exemplares da instituição aumentou de 125 para 180. 

De acordo com a psicóloga Silvani Santos, presente nos grupos semanais de saúde mental, as atividades ensinaram às crianças uma nova forma de lidar com emoções. “As oficinas foram palco de muitos momentos de refletir sobre os sentimentos e o que fazemos com eles, fazendo com que surgissem novas formas de expressão que fossem menos prejudiciais a si mesmos e aos outros. Poder escrever algo de si, falar de sua história, poder inventar um mundo onde os sonhos são realidade é dar voz e mostrar que eles  são ouvidos”, comenta.

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“As atividades contribuíram principalmente para encontrar novas formas de se expressar, além de contribuir para acolher os sentimentos e ajudar os educandos a entender que o jeito que nos sentimos não é errado, que nossas emoções são válidas e podemos construir coisas a partir delas”, completa.

A vendedora autônoma Jaqueline Aparecida Schafer, de 37 anos, mora no bairro Santa Marta e é mãe de três meninas atendidas pela Associação. Ela já vê os resultados nas filhas Laura do Couto Braga e Larissa de Couto Braga, ambas de 9 anos, e Maria Rafaela de Lima Fontes, de 10.

“Pelo fato de ser mãe solo com pouco tempo para elas, pois precisava trabalhar, e o pai ter falecido, elas tinham um pouco de receio para conviver em grupo principalmente a Maria”, conta Jaqueline. “Depois que começaram a frequentar o projeto, nossa, mudou bastante! Estão mais falantes, querem participar de todas as atividades e não querem perder um dia”, continua.

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