Com 31% da obra concluída, barragem de Pedreira deve ser entregue até o fim de 2026


Governador Tarcísio de Freitas visitou a obra nesta sexta (21); ao lado da barragem de Duas Pontes, em Amparo, estruturas prometem oferecer segurança hídrica para 5,5 milhões de pessoas. Governador Tarcísio de Freitas visita construção da barragem em Pedreira
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) visitou, nesta sexta-feira (21), as obras da barragem de Pedreira (SP), estrutura que, ao lado do reservatório de Duas Pontes, em Amparo (SP), prevê oferecer segurança hídrica para 5,5 milhões de pessoas.
As construções tiveram início em 2018, foram paralisadas em 2023 e retomadas em 2024. Em Pedreira, a parte estrutural está em 31%; em Amparo, um pouco mais avançada, em 37%. A previsão é que as duas entrem em funcionamento até o fim de 2026.
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Em seu discurso, o governador pontuou a falta de água como um problema sério para a Região Metropolitana de Campinas, e que era fundamental investir em estruturas de reservação.
“Invariavelmente, em algum momento a gente ia passar por um problema sério. População crescendo, demanda crescendo. E nós temos em São Paulo um problema de escassez hídrica, nós temos chuvas cada vez mais mal distribuídas, temos regiões do estado onde não temos mananciais ou não temos estrutura de captação, adução, distribuição. Temos municípios que são completamente dependentes do Aquífero Guarani, que está caindo. Nós temos municípios com elevadíssimas perdas de água. Não adianta investir na captação, adução se você perde 50%, 60% da água tratada, está jogando dinheiro fora. Mas era fundamental fazer estruturas de reservação”, disse.
Ao relatar a visita ao canteiro, Tarcísio destacou que o estágio atual permite visualizar grandes trechos da megaestrutura, que em breve devem estar cobertas pela água.
“Olha, o melhor momento para ver a obra é agora. Porque vocês vão ver coisas que daqui a pouco vocês não verão mais. Agora que estão concretando a galeria, você consegue, ela vai ficar embaixo do corpo da barragem. É uma grande obra de engenharia.”
Por conta do Dia Mundial da Água, celebrado no sábado (22), parte da cerimônia em Pedreira foi usada para anunciar investimentos dentro da SP Águas e Cetesb para o monitoramento e fiscalização de recursos hídricos no estado.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante evento em Pedreira (SP) na noite desta sexta-feira (21)
Gustavo Biano/EPTV
Expectativa dos moradores
A construção da barragem de Pedeira é aguardada pelos moradores da cidade e da região, que creem na entrega da estrutura, apesar dos atrasos já registrados.
“A gente tem que acreditar. Inclusive, porque a demanda está aumentando muito, tem saído bastante condomínios, tem que ter mais captação, mais água. A barragem vai ajudar muito”, diz o aposentado Fernando Sacchi.
A auxíliar de laboratório Stela Capelini conta que atualmente há muitos problemas no abastecimento da cidade.
“[Água] aqui tá difícil, normalmente durante o dia falta, e volta só de noite, 23h chega água aqui. Quase todos os dias”, conta.
85 bilhões de litros de água
As barragens na região de Campinas deverão formar reservatórios com capacidade de armazenamento útil de 85 bilhões de litros de água. Deste total, 32 bilhões de litros serão na Barragem Pedreira e 53 bilhões de litros para o reservatório de Amparo
Segundo o Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), as estruturas permitirão elevar a oferta de água na região por meio da regularização da vazão dos rios Jaguari e Camanducaia, beneficiando, direta e indiretamente, 28 municípios.
Veja quais são: Águas de São Pedro, Americana, Amparo, Artur Nogueira, Bragança Paulista, Cordeirópolis, Cosmópolis, Holambra, Hortolândia, Iracemápolis, Jaguariúna, Limeira, Monte Alegre do Sul, Monte Mor, Morungaba, Paulínia, Pedra Bela, Pedreira, Pinhalzinho, Piracicaba, Rio das Pedras, Saltinho, Santa Bárbara d’Oeste, Santa Maria da Serra, Santo Antônio de Posse, São Pedro, Tuiuti e Vargem.
Projetos e impasses
O projeto da barragem de Pedreira prevê abastecimento de 5 milhões de moradores nas 20 cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC).
O primeiro prazo para as obras ficarem prontas era 2016 e, depois, mudou para 2018. Contudo, a falta de verba atrasou o início da construção, que estava previsto para durar 28 meses.
O reservatório vai ocupar uma área de 3 km². Algumas famílias e comércios próximo ao local deixaram a região. A obra chegou a ser embargada em fevereiro de 2019, sob alegação da inexistência de estudos sobre seus impactos, além da falta de um projeto de desassoreamento do leito do Rio Jaguari.
Mesmo com o bloqueio, o DAEE retomou as obras em março. A justificativa do órgão na época era de que, segundo a Procuradoria Geral, a prefeitura não pode embargar obra autorizada pelo estado. Já em junho desse ano, a Justiça multou o departamento em uma ação civil que apurava supostos danos ambientais durante os trabalhos.
Em relação à barragem Duas Pontes, em Amparo, o projeto prevê capacidade para acumular 53,4 milhões de metros cúbicos de água, além de garantir vazão regularizada de 8,7 mil litros por segundo. A previsão inicial era de que as obras fossem concluídas em 2022, beneficiando 5 milhões de moradores.
Em agosto de 2020, as obras foram embargadas depois que o Ministério Público do Estado e o Ministério Público Federal entraram com uma ação civil contra supostas irregularidades em atuações do DAEE e da Companhia Ambiental do Estado (Cetesb).
Na época, indicavam que a exigência de concessão de outorga pela Agência Nacional de Águas (ANA) era uma das condições impostas inicialmente pela Cetesb para concessão da licença para instalações das obras.
Porém, o DAEE teve três pedidos indeferidos pela ANA desde 2016 porque análises indicaram qualidade de água inadequada para o abastecimento público. As obras foram retomadas em janeiro de 2021, depois que Justiça Federal revogou a decisão.
Outros compromissos
Governador Tarcísio de Freitas oficializa entrega do Palácio da Justiça à Prefeitura
Mais cedo nesta sexta (21), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) assinou o decreto que oficializa a entrega do Palácio da Justiça para a Prefeitura de Campinas (SP), durante visita à metrópole.
A cerimônia foi na Escola Estadual Professor Carlos Lencastre, no Jardim Garcia. Os alunos recepcionaram o governador com uma apresentação da banda de fanfarra.
Na ocasião, Tarcísio fez o lançamento regional do Guri na escola. O programa integra aulas de música à grade de ensino da rede estadual. Na região, são sete polos em escolas estaduais, com 1.470 vagas.
Em visita à Campinas, governador Tarcísio de Freitas oficializa entrega do Palácio da Justiça à Prefeitura
Reprodução/EPTV
O governador ainda entregou 2,5 mil títulos de regularização fundiária para Campinas, Bragança Paulista, Cordeirópolis, Estiva Gerbi, Jarinu, Hortolândia, Louveira, Nazaré Paulista, Piracaia e Tuiuti.
Plano de ocupação do Palácio da Justiça
Na quarta-feira (19), a Prefeitura de Campinas apresentou o plano de ocupação do Palácio da Justiça. O imóvel que é do Governo do Estado, já foi usado como fórum até a transferência das atividades jurídicas. Agora, passará a se chamar Palácio da Cidade e deve abrigar uma série de serviços públicos e secretarias (confira AQUI a relação completa).
A cessão do prédio já havia sido assinada pelo governador no dia 26 de fevereiro e a permissão para uso é de 40 anos. A expectativa de atendimento é de 30 mil pessoas por mês e 370 funcionários que vão atuar no local. A mudança também vai impactar na saída de prédios alugados, o que, de acordo com a prefeitura, provoca uma economia de R$ 2 milhões por ano.
Prédio do Palácio da Justiça
Johnny Inselsperger/EPTV
A princípio, ele seria usado como nova sede da Câmara de Vereadores, mas, no meio do processo, essa decisão foi revertida por “questões jurídicas e técnicas”. Inclusive, durante a campanha eleitoral do ano passado, o assunto foi tema de discussões entre os candidatos à época com diferentes versões sobre o que cada um faria, se fosse eleito.
O prédio foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc) em 2010 e, por isso, a reforma deve respeitar as características originais do prédio. As obras começaram pelo telhado, com substituição de telhas e reparos na estrutura de sustentação. A intervenção vai eliminar pontos de infiltração e garantir a impermeabilização adequada do edifício.
Guri na escola
O Guri é um programa de educação musical do Governo do Estado de São Paulo, gerido pela Santa Marcelina Cultura. O projeto oferece 100 mil vagas para crianças e adolescentes em 500 polos de ensino. De acordo com a Secretaria do Estado da Cultura, desde sua criação em 1995, o programa já beneficiou mais de 1 milhão de crianças e adolescentes, além de suas famílias e comunidades.
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