DENGUE: Primeira morte por dengue no RS faz região ficar em alerta com casos da doença

A primeira morte por dengue no Estado em 2025 foi registrada em Porto Alegre. O óbito, confirmado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), vinculado à Secretária Estadual da Saúde (SES), é de uma mulher de 59 anos.

Conforme o órgão estadual, a vítima possuía comorbidades e morreu no dia 15 de março. No entanto, a confirmação de que o falecimento foi causado pela doença ocorreu apenas na quinta-feira (20).

Casos de dengue preocupam em Novo Hamburgo  | abc+



Casos de dengue preocupam em Novo Hamburgo

Foto: Laura Rolim/GES-Especial

O óbito acendeu um alerta na comunidade e também no poder público. Em 2025 são 13.934 notificações de dengue no Rio Grande do Sul. Destas, 1.615 foram confirmadas. O município gaúcho com maior número de casos atestados é Viamão, com 586, na sequência aparece Novo Hamburgo, com 109 confirmações.

O município tem ainda 355 notificações e 199 testes investigados pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Entretanto, apesar dos números altos, a redução é drástica em comparação com 2024.

No mesmo período do ano passado, no final da semana 12 eram 1.274 casos confirmados em Novo Hamburgo. A redução é de 91,44% e, conforme a coordenadora da Vigilância Ambiental da Saúde do município, Julyana Sthefanie Simões Matos, são duas as hipóteses para a diminuição drástica: pessoas imunes e o clima.

“Atualmente temos três sorotipos de dengue circulando pelo Estado: DENV-1, DENV-2 e DENV-3. Então se a pessoa pegar o tipo 1, pode ficar imune. Ainda assim, existe o risco de contaminar com os outros tipos, sendo necessário manter os cuidados com o mosquito.”

A segunda questão, relacionada ao clima, pode ser explicada pelo início de verão muito quente e com pouca chuva. “Isso faz com que os focos de água parada sejam menores, reduzindo as chances de proliferação do Aedes aegypti.”

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Isso significa que, mesmo com o calor e a maior aparição de mosquitos no geral durante dias mais quentes, o Aedes aegypti, transmissor da dengue, teve menor incidência. “Agora começamos a ter mais casos porque já tivemos dias com maior volume de chuva, aumento os focos de água parada”, explica a coordenadora.

Bairros com mais casos

Julyana diz que cinco bairros são mais afetados: Canudos, São Jorge, São José, Liberdade e Santo Afonso.

Atualmente 30 Agentes de Controle a Endemias realizam a fiscalização no município. “Eles vão aos locais com maior número de focos e podem ser deslocados em caso de necessidade.”

Ela também explica que ao identificar residências onde algum caso foi confirmado, os agentes vão ao local específico. “Se houver a necessidade, aplicados inseticida de acordo com as normas do Ministério da Saúde.”

A prevenção também contempla fiscalização em cemitérios, floriculturas, ferros velhos e borracharias a cada 15 dias. Nestes locais, o inseticida é aplicado a cada 60 dias (dois meses).

Canoas

Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o cenário epidemiológico sobre a dengue em Canoas é considerado estável. Até a primeira quinzena de março, o Município registrou 29 casos confirmados da doença em 2025.

Para o secretário adjunto da Atenção Primária e Especializada da Secretaria Municipal da Saúde, Favio Telis, as ações preventivas e o constante estado de alerta são essenciais para garantir bons resultados. As medidas listadas por Telis incluem: campanhas educativas; fiscalização de criadouros; borrifação intradomiciliar; pulverização e notificação de munícipes.

Pulverização dengue em Canoas | abc+



Pulverização dengue em Canoas

Foto: Vinicius Thormann/Divulgação

“Hoje, o principal desafio encontrado pelos agentes de endemias são os imóveis fechados e os terrenos baldios. São locais propícios para a proliferação do Aedes aegypti. A lei não nos permite adentrar em terrenos privados sem autorização. Mesmo que haja uma denúncia, o primeiro caminho é a notificação”, explica.

Para driblar as dificuldades de acesso em terrenos com lixo, água parada e sinais de abandono, o secretário informa que Vigilância em Saúde de Canoas realizará a contratação de um equipamento com abrangência de pulverização. O equipamento permitirá o alcance de focos do mosquito em imóveis fechados ou onde o acesso dos agentes foi recusado.

“Começaremos pelos bairros com maior número de locais fechados, como Niterói, Rio Branco, Harmonia e Mathias Velho. A expectativa é começar em 15 dias.”

São Leopoldo aplica inseticida nas escolas

Em São Leopoldo, que registrou 11 casos confirmados da doença e outros 96 em investigação até a sexta-feira (21), a secretária municipal de Saúde, Kelbe Gonçalves, destacou que a abordagem de trabalho tem sido desenvolvida para concentrar esforços nas áreas com maior infecção pelo mosquito Aedes aegypti.

“A pesquisa vetorial especial (PVE) é realizada juntamente com bloqueios de transmissão com o uso de inseticidas em casos suspeitos ou confirmados da enfermidade, seguindo as diretrizes do Ministério da Saúde.

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Além da PVE e do bloqueio de transmissão por meio da aplicação de UBV, são realizadas visitas a cada quinzena em 123 pontos estratégicos, como cemitérios, ferros-velhos, floriculturas, borracharias e depósitos de materiais de construção. Também são feitos quatro Levantamentos de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) anualmente, além de atender denúncias e promover ações de educação em saúde”, lembra.

Prefeitura aplica inseticida contra a dengue em São Leopoldo  | abc+



Prefeitura aplica inseticida contra a dengue em São Leopoldo

Foto: Romeu Finato/Prefeitura de SL

“Em março, começamos a aplicar o inseticida Fludora nas escolas da rede municipal aos sábados, utilizando a técnica de Borrifação Residual Intra Domiciliar (BRI) de forma preventiva. Nessa aplicação, o inseticida Fludora é dispersado com equipamentos manuais em locais como postos de saúde e escolas”, explica Kelbe.

Na região

Não é só Novo Hamburgo, Canoas e São Leopoldo que se preocupam com o aumento de notificações e casos de dengue. Dados do painel da SES mostram que outros municípios também estão registrando o acréscimo.

Em Campo Bom são 198 notificações e quatro casos confirmados. Em Sapiranga, 182 possibilidades foram notificadas e apenas quatro confirmadas.

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Estão zeradas as cidades de Estância Velha e Ivoti, com 50 e 13 notificações respectivamente e nenhum caso efetivamente confirmado. No Vale do Paranhana, Igrejinha é a cidade com maior número de notificações, sendo 94, com três casos confirmados.

*Colaboraram: Taís Forgearini e Priscila Carvalho 

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