“Gangorra térmica” marcará outono na Região das Hortênsias; saiba se há chance de frio intenso e neve

O cheiro do fogão a lenha, as fumacinhas saindo pelas chaminés. Andar pelas ruas e encontrar as folhas amareladas, alaranjadas ou avermelhadas. Encontrar as árvores secas e com poucas flores. Já sabe do que estamos falando? É do outono, que chegou oficialmente na quinta-feira, dia 20, às 6h01.

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Na Região das Hortênsias, os últimos dias foram de temperaturas mais baixas pelo amanhecer e durante as noites. Os casacos já precisaram sair dos guarda-roupas e os termômetros marcaram pela primeira vez neste ano 10°C. Mas afinal, como deve ser o tempo nesta nova estação?

Oscilação

Conforme a meteorologista Estael Sias, da MetSul Meteorologia, as palavras que definirão o outono podem ser ditas como “gangorra térmica”. “Se prevê uma grande alternância de temperatura. Não será um outono com frio rigoroso, a tendência é de um padrão de temperatura acima da média”, conta.

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Períodos de calor, inclusive, não são descartados. “Em abril e maio poderemos ter os veranicos. O frio acontece em curtos períodos, não há uma projeção de outono com frio prolongado, com 10, 15 dias com temperatura baixa, próxima de zero. O frio não deve ser tão presente, devemos ter grande variabilidade das temperaturas, períodos curtos de frio alternando com períodos amenos e até quentes”, explica Estael.

Geada

A meteorologista enfatiza que isso não significa que não teremos dias frios. “O frio pode acontecer muito intenso, com episódios de geada na Serra.”

Afinal, pode nevar nos meses do outono?

O que muitos querem saber é: pode nevar no outono em Gramado e Canela?

“Estatisticamente o mês mais frequente de ocorrer neve é maio e junho, então não se descarta que possa ter algum sistema meteorológico que possa favorecer a ocorrência. Não se descarta, isso não é uma previsão, é algo que está dentro da possibilidade”, revela Estael Sias.

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A neve exige características muito específicas. “A gente só consegue prever num curto prazo, isso é fato, ainda mais no Rio Grande do Sul que o fenômeno acontece uma, duas, no máximo três vezes ao ano e a grande maioria das vezes sem acumulação, é o floquinho que cai, que é observado, mas não traz aquele cenário clássico que o turista gosta”, frisa a meteorologista.

Mas a notícia positiva é que não se descarta a possibilidade neste ano. “Especialmente na segunda metade do outono e começo do inverno. Mas só conseguimos afirmar categoricamente que haverá neve no curto prazo, mas é uma possibilidade”, estima a profissional da MetSul.

Relação com calor extremo

Popularmente, muitos contam que, após um verão com calor extremo, espera-se o frio extremo. Neste ano, Gramado e Canela também sentiram os efeitos, com máximas muito acima da média.

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Estael revela se essa teoria condiz com a realidade. “Teoricamente há um mecanismo de compensação, acho que isso fica no imaginário popular, calor extremo, frio extremo. Algum período curto de frio extremo não se descarta, mas principalmente no inverno. A tendência do outono será essa gangorra térmica, essa variabilidade da temperatura, principalmente na primeira metade da estação, entre abril e começo de maio”, justifica.

Estação não será impactada por fenômenos

O outono de 2024 jamais será esquecido pelos gaúchos. Com influência do El Niño, enchentes assolaram o Estado. Na região, os deslizamentos de terra e rupturas de solo deixaram milhares fora de suas casas.

Neste ano, de acordo com a MetSul Meteorologia, o outono e, possivelmente, o inverno, terão neutralidade climática. “Não terão influência de El Niño ou La Niña. O Oceano Pacífico deve estar em condições de normalidade”, diz.

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“Isso não significa normalidade nas condições atmosféricas. Anos neutros não têm a influência dos fenômenos. Mas fenômenos de menor escala, de impacto, de curto período, podem ter peso maior. Então precisamos ficar mais atentos, principalmente nessas áreas de latitude média, há variações em outros índices, que também interferem no regime de chuvas.”