Mais uma taxa: governo quer tributar dividendos; entenda proposta

O governo apresentou uma proposta de reforma do Imposto de Renda que inclui a isenção para quem recebe até R$ 5 mil mensais e a taxação sobre dividendos. A medida visa reduzir as desigualdades no sistema tributário, garantindo que os contribuintes com rendimentos mais altos contribuam proporcionalmente.

A proposta ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional e, se sancionada, poderá alterar significativamente a arrecadação federal, compensando a isenção para milhões de brasileiros com uma nova alíquota sobre rendimentos de empresas.

Tributação sobre dividendos pode impactar investidores

No mercado financeiro, dividendos são pagamentos a acionistas, mas podem ser taxados com a nova proposta do IR. (Foto: jittawit21/Canva Pro)

Uma das principais mudanças do projeto está na taxação dos dividendos, que são os lucros distribuídos por empresas a seus acionistas. Atualmente, esses rendimentos são isentos no Brasil, mas a nova proposta sugere uma alíquota fixa de 10% sobre valores que ultrapassam R$ 50 mil por mês por empresa.

A medida também afetará investidores estrangeiros que recebem dividendos de empresas brasileiras. Para eles, a tributação ocorrerá diretamente na fonte e começará a valer em 2026, caso o projeto seja aprovado sem alterações.

A Receita Federal prevê a devolução de valores retidos caso um contribuinte não seja enquadrado como de alta renda na declaração do IR no ano seguinte. O objetivo é evitar que pessoas de renda mais baixa sejam impactadas pela nova cobrança.

Quem será afetado e o que muda na prática

O projeto estabelece quatro faixas de tributação:

  • Quem ganha até R$ 5 mil mensais ficará isento do IR;
  • Rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7 mil manterão as regras atuais, com créditos para reduzir o valor pago;
  • Acima de R$ 7 mil, as alíquotas continuam as mesmas;
  • Para quem recebe mais de R$ 50 mil por mês, haverá um imposto mínimo de 10%.

Além disso, a tributação sobre dividendos não será cumulativa para empresas que já recolhem impostos elevados, como seguradoras e instituições financeiras, que possuem alíquotas específicas de até 45%.

Próximos passos e desafios da proposta

A equipe econômica do governo estima que a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil representará uma perda de arrecadação de R$ 25 bilhões ao ano.

No entanto, a tributação dos mais ricos poderia gerar até R$ 34 bilhões em receitas, garantindo o equilíbrio fiscal da medida.

Agora, o projeto segue para o Congresso, onde poderá sofrer ajustes antes da votação final. O tema promete debates acirrados entre parlamentares e setores econômicos, mas pode representar uma mudança significativa na estrutura tributária do país.

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