Orquestra de Sopros cancela agendas previstas para 2025

Quando músicos da Orquestra de Sopros de Novo Hamburgo (OSNH) subiram ao palco a primeira vez neste ano para mais uma apresentação, jamais imaginariam que a ocasião também poderia ser a última. O concerto que ocorreu em janeiro em Pelotas marcava apenas o início de um longo ano de atividades e participações em festivais. Contudo, o futuro da OSNH agora é indefinido devido ao anúncio do fim do contrato com a Prefeitura de Novo Hamburgo que mantinha o grupo ativo.

Orquestra de Sopros de Novo Hamburgo | abc+



Orquestra de Sopros de Novo Hamburgo

Foto: Divulgação

Com o encerramento das atividades, a orquestra deixa de cumprir agendas como o Rock In Concert, em julho, o show com o Grupo Mas Bah, além de trazer a dúvida quanto a realização do Festival Internacional de Música de Novo Hamburgo (FeMusiK). Estes ocorreriam no Teatro Feevale, em Novo Hamburgo. O trompetista da Orquestra de Sopros, Jézer Silva, 43 anos, ainda está tentando assimilar esse hiato repentino das atividades.

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“Receber a notícia foi um verdadeiro tapa na cara, eu não tenho outra definição para utilizar que seja mais clara do que essa, porque a Orquestra de Sopros faz parte da minha vida há muitos anos. Todo o início da minha carreira como músico profissional se deu através da orquestra. Ela tem representatividade, é referência no Brasil. Então, saber que o poder público não demonstra interesse em preservar isto, realmente me fere muito, fere nosso trabalho”, salientou.

Pelos palcos

São 72 anos de história, sendo uma das maiores orquestras de sopros do Brasil, além de ocupar o título de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural de Novo Hamburgo. Recentemente a OSNH dividiu palcos com músicos aclamados, como Mario Adnet, Dingo, Nei Lisboa, Banda Calote e Tchê Guri. Foram inúmeras feiras do livro, concertos natalinos e eventos culturais de rua. No último ano, a OSNH se apresentou para mais de 10 mil espectadores em mais de 20 concertos pelo estado.

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Maestro Linus

Com a chegada do maestro Linus Lerner, em 2013, a orquestra ascendeu ainda mais. Ele já foi regente em países como Alemanha, Bulgária, China, Espanha, Inglaterra, Itália, entre outros, sendo o brasileiro que mais regeu no exterior, passando por quatro continentes. Ele é o responsável por levar o reconhecimento da OSNH para fora do Brasil.

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Município e Estado dialogam

Na manhã desta sexta-feira (21), o prefeito Gustavo Finck reuniu-se com a secretária estadual da Cultura, Beatriz Araújo. O encontro online tratou sobre a captação de recursos para o setor cultural de Novo Hamburgo. O prefeito citou problemas financeiros e a impossibilidade de manter convênios com associações e entidades ligadas a este e outros setores, entre eles, com o Instituto Arlindo Ruggeri – mantenedor da OSNH. 

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