Ensino superior é importante para os brasileiros? O que a resposta indica para setor

Qual o grau de importância do ensino superior para os estudantes brasileiros e o que isso indica para as empresas de educação na Bolsa?

Em levantamento com 1.200 estudantes que poderiam ingressar no ensino superior em 2025, o Bank of America (BofA) questionou as motivações para buscar uma maior especialização e os motivos que podem fazê-los eventualmente abandonar os estudos.

A pesquisa feita pelo banco mostra que 55% dos estudantes em geral ainda consideram o ensino superior extremamente importante. Enquanto isso, a situação financeira é o principal catalisador para a tomada de decisão dos alunos: qual curso e instituição ingressar ou se eles vão abandonar.

“Vemos espaço para ganhos de margem no segmento híbrido, pois a disposição dos alunos em pagar é semelhante ao do ensino presencial, mas a mensalidade continua menor”, apontam os analistas Flavio Yoshida, Mirela Oliveira e Gustavo Tiseo, que assinam o relatório.

Para o trio de analistas, os cursos híbridos devem continuar a ganhar participação no mercado e nomes com alta exposição a ofertas premium e híbridas (notadamente Yduqs YDUQ3, Afya e Ânima ANIM3, todas ações com recomendação de compra pelo banco) parecem ter uma estratégia vencedora de longo prazo.

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Ao realizarem o levantamento, os analistas descobriram que os cursos híbridos parecem estar no ponto ideal de preços de mensalidade e preferência dos alunos.

Além disso, os dados mostram que o diploma de ensino superior ainda é importante para os entrevistados e que a situação financeira pessoal é o fator mais importante que impacta sua tomada de decisão, determinando os seguintes pontos: i) escolha da instituição, ii) decisão de abandonar e iii) área de estudo.

Após um ciclo de admissão fraco em 2024, os investidores levantaram preocupações sobre o interesse das pessoas no ensino superior.

Entre aqueles que já se formaram no ensino médio, mas ainda não fizeram ensino superior, 47% planejam fazê-lo em 2025, e 46% deles acreditam que a faculdade aumenta as chances de obter uma promoção em seu emprego atual. Além disso, 70% deles veem o ensino superior como extremamente importante, contra 45% entre aqueles que não planejam estudar em 2025. Apenas 1% dos entrevistados veem o ensino superior como nada importante.

Os analistas do BofA ainda veem espaço para ganhos de margem das empresas em cursos híbridos.

“Os cursos híbridos são a opção menos rejeitada, e a disposição para pagar é semelhante à do presencial. Isso abre espaço para ganhos de margem, já que as mensalidades híbridas são em geral 30%-40% abaixo das presenciais. Em ambas as modalidades, cerca de 40% dos entrevistados estão dispostos a pagar mais de R$ 450/mês, enquanto no EAD (ensino a distância) 59% estão dispostos a pagar até R$ 300/mês”, ressalta o BofA.

Enquanto isso, a dificuldade financeira é o principal gatilho para evasão.

‘Não conseguir pagar’ é o principal motivo apontado por 58% dos entrevistados para desencadear uma evasão, incluindo aqueles que buscam qualidade acadêmica (65%). Além disso, entre aqueles que planejam ingressar no ensino superior, 58% planejam financiar e, desses, 40% dependem do FIES, enquanto 39% devem buscar empréstimos bancários ou outro financiamento privado (por exemplo, PraValer).

O ensino a distância é a modalidade menos preferida, enquanto o presencial é a primeira escolha para 57% dos entrevistados. A qualidade acadêmica é a principal razão para preferir o presencial, enquanto a conveniência é a principal razão para escolher o EAD.

“Destacamos que ambas as razões foram frequentemente mencionadas para cursos híbridos. Também notamos que não identificamos nenhuma diferença importante nas preferências de modalidade para aqueles com mais de 35 anos”, ressalta o banco.

Entre aqueles que não planejam usar nenhum tipo de ferramenta de financiamento, 76% pretendem pagar as mensalidades com seus próprios salários, enquanto apenas 19% dependem do apoio familiar. Para aqueles que planejam financiar, 81% pagarão os empréstimos com seus próprios salários.

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