Enxadristas participam de circuito em Canoas; inscrições para a segunda etapa em abril seguem abertas

Entre tabuleiros, peças e muita estratégia, Canoas recebeu o primeiro Circuito de Xadrez Canoas Shopping, neste sábado (22). Os mais de 130 enxadristas de 28 cidades gaúchas inscritos participaram da primeira etapa da competição, realizada na Praça de Alimentação do shopping. As próximas etapas acontecem em abril, maio e junho.

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Diretamente de Alvorada, as amigas Manuela Schmitz, 15 anos, e Vitória Dornelles, 13, praticam o esporte há 7 e 4 anos, respectivamente, e estão acostumadas a competir. “Eu acho muito legal jogar. Não sei o que dizer, eu só acho muito interessante o jogo”, brinca Manuela.

As jovens fazem parte de um clube de xadrez da cidade, composto por uma maioria de meninas. “Acho que 80% da nossa equipe é feminina. Na próxima etapa, o nosso professor quer trazer mais jogadores”, conta. Além da amizade que cria com outros jogadores, Vitória ressalta que o esporte faz bem para a mente. “O que eu mais gosto é a parte do raciocínio. Ajuda na atenção e no foco.”

O esporte também é uma oportunidade de inclusão. Entre os 68 inscritos na categoria escolar e 70, no adulto, quatro são Pessoas com Deficiência (PcD). Um deles é servidor público do Cartório Eleitoral de Canoas Alexandre Conte, 52 anos, que tem deficiência visual. Com apoio de um tabuleiro adaptado, o jogador participa pela primeira vez do circuito. 

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“Eu jogo há bastante tempo e costumo participar de competições próprias para pessoas com deficiência. Mas quis participar dessa. Eu acho interessante isso. É uma coisa que eu me desafiei a fazer para mostrar que as pessoas com deficiência podem jogar com aqueles que não tem. Saber que a regra é a mesma para todos”, declara. 

Para Alexandre, o objetivo principal é participar. “O tempo não é ideal [10 minutos mais 5 segundos] porque demoramos mais que isso. Mas eu considero que vale realmente a participação. Se der para ganhar, melhor, é detalhe. O importante mesmo é confraternizar”, completa. 

Diversidade de enxadristas

Além do Alexandre, o Alan Toreti, 33 anos, é outro jogador com deficiência visual que mostra como o esporte é inclusivo. No cargo de vice-presidente da ONG Embrião, organizadora da competição, Alan acredita que a amizade é o principal nas competições. 

“Acredito que no jogo todos são iguais. Não tem essa diferença se enxerga ou não. E quando estou jogando, digo que eu não estou competindo e sim que estou me divertindo. E graças ao xadrez, estou estudando hoje”, conta o aluno de Pedagogia do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) no Campus Alvorada. 

Segundo o integrante do grupo de pais e amigos do Samurai do Xadrez, entidade que apoia a competição, André Antolini, o circuito costuma acontecer em Porto Alegre e começou a ser planejado para ocorrer em Canoas, ainda em dezembro. “Queremos com isso o retorno da prática e o aprendizado para a cidade”, afirma enquanto cita o canoense, mestre e campeão no esporte, Francisco Trois. 

Sobre o circuito

As etapas acontecem nos dias 12 de abril, 24 de maio e 14 de junho. As inscrições para a segunda fase seguem abertas. Os interessados podem se inscrever e consultar o edital aqui.

As etapas seguem o sistema suíço (jogadores com pontuação similar são pareados), sendo divididas em torneiro escolar e absoluto (adultos, aberto para adolescentes). Ao final de cada torneiro, os mais bem colocados são premiados e também somam pontos. Ao final de todo o circuito, há uma nova premiação.

O circuito é organizada pela ONG Embrião, Samurais do Xadrez, Federação Brasileira de Xadrez para Deficientes Visuais (FBXDV), Federação Gaúcha de Xadrez (FGX), Confederação Brasileira de Xadrez (CBX) e da Federação Internacional de Xadrez (FIDE). O evento conta com apoio do Canoas Shopping.