HÁ VINTE ANOS – Quanto custa à Câmara a família do seu presidente

Juro que minha intenção não é a de estragar o fim de semana de ninguém com notícias que aumentem a taxa de indignação nacional. Mas se elas existem, só me cabe publicá-las – ou republicá-las como a que segue agora. É da Folha de S. Paulo de hoje:

“O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), empregou em cargos comissionados da Casa pelo menos oito parentes desde 1997, segundo registros oficiais das nomeações para funções sem concurso. Seis continuam trabalhando até hoje na Câmara com salários entre R$ 1.687 e R$ 7.503.

Chamado de o rei do baixo clero, por ser o porta-voz dos deputados com pouca expressão política, Severino usa prática similar ao do corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), um de seus principais aliados, que também deu emprego a oito parentes sem a necessidade de concurso público.

Os 16 familiares dos dois foram divididos principalmente entre seus gabinetes, os de ocupantes da Mesa Diretora e a Coordenação de Programas Especiais da Câmara.

Severino emprega a filha Catharina Amélia e a neta Rafaella Cavalcanti em seu gabinete parlamentar. A primeira recebe R$ 3.105 mensais, e a neta, R$ 1.863. Já a irmã Marlene Cavalcanti trabalha na Coordenação de Programas Especiais. Recebe R$ 1.697.

A nora Olga Maria Cavalcanti, mãe de Rafaella, na folha de pessoal da Coordenação de Registro Funcional, tem salário de R$ 7.503, o mais alto entre os CNEs (cargos de natureza especial).

Helena Cavalcanti Ferreira e Rafaello Oliveira Cavalcanti Ferreira também continuam trabalhando em cargos de confiança da Câmara e foram confirmados como sendo parentes de Severino pelo gabinete da presidência da Casa.

Os outros dois familiares de Severino que deixaram de trabalhar na Câmara são a nora de Severino, que morreu em acidente automobilístico em 2002, e o filho José Maurício Valladão Cavalcanti. Apesar de ter ficado até a última quinta-feira assessorando o pai, José Maurício foi nomeado para a superintendência do Ministério da Agricultura em Pernambuco.”

 

(Publicado aqui em 22 de março de 2005)

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