“O puma está em seu habitat natural”, diz Meio Ambiente após aparição do felino em Gramado

A aparição de um puma na madrugada de sexta-feira (21), em plena área central de Gramado, trouxe questionamentos da comunidade sobre a espécie. Perguntas como se o animal é monitorado, o motivo de ter passeado em área urbana e os receios de moradores das proximidades foram levantadas. 

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Com isso, a Secretaria do Meio Ambiente da cidade emitiu uma nota sobre o caso. Apesar do registro ser inusitado, a pasta reitera que “embora surpreendente, reforça um fato importante: o puma está em seu habitat natural. A Secretaria do Meio Ambiente destaca que realiza monitoramentos de fauna e a presença da espécie já era conhecida na região há alguns anos”.

Destruição do habitat?

A visualização do felino levanta debates como a questão do desmatamento. “Este registro é um sinal do estado de preservação das florestas locais. O puma, conhecido como uma espécie guarda-chuva, desempenha um papel crucial no ecossistema. A conservação deste animal que está no topo da cadeia alimentar beneficia várias outras espécies e é um indicativo de que as florestas estão saudáveis e protegidas”, diz a pasta. 

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De acordo com o responsável técnico e médico veterinário do Gramadozoo, Jorge Lima, há registro de vários da espécie em diferentes regiões da cidade, desde o bairro Várzea Grande, por exemplo, até a Linha 28. “Esses animais tem uma área de ocorrência muito grande. O felino tem um raio de ocupação alto e com a destruição do habitat desses animais, eles buscam outros. E pode ser que tenha ocorrido isso, em busca de alimento, se aproximou dessas casas”, coloca. “Não é um animal comum de se ver em Gramado,, mas há monitoramento, há registros de câmeras, pegadas. O que não é comum é dentro da cidade”, diz. 

Apesar da presença do animal provocar insegurança e vários questionamentos, não há motivo para alarde. “Esses felinos costumam evitar o contato humano, preferindo manter distância. Ainda assim, é importante adotar medidas básicas de convivência, como não tentar se aproximar ou alimentar o animal”, complementa a nota do Meio Ambiente. 

“Dificilmente eles atacam, quando há registro de ataque, se há uma fêmea com filhote e se sente ameaçada, como forma de defesa dela e da cria. Mas na maioria das vezes os animais silvestres, quando se deparam com uma situação de estresse, diferente, eles tentam fugir. Eles encontrarem um humano é uma situação estressante para eles, e vão tentar fugir”, completa Jorge. “Não precisa se apavorar, nem entrar em pânico. No vídeo a gente consegue ver que ele está caminhando, dando impressão de estar tranquilo, mas a gente percebe que ele está em alerta. Se viesse uma movimentação, já tentaria fugir”, afirma. 

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O comunicado é finalizado informando que “este avistamento serve como um lembrete da importância de preservar o meio ambiente e de aprender a conviver com a fauna local. Gramado, além de seus encantos turísticos, agora reforça seu papel como um santuário natural, onde a vida silvestre encontra espaço para prosperar”. 

Segundo animal avistado em menos de um mês

Na região, outro caso ganhou destaque há duas semanas, quando um bugio foi filmado nas proximidades da Catedral de Pedra, em Canela. Na ocasião, a reportagem do ABCmais conversou com o biólogo e servidor da pasta ambiental do município, que levantou que casos assim “iriam continuar acontecendo” e que se tornarão comuns. 

Pumas são animais de hábitos noturnos. “São solitários. Alimentam-se de pequenos mamíferos, como o veado-catingueiro, usa das principais presas. Tem coloração do cinza até um pardo avermelhado”, finaliza o responsável técnico do Gramadozoo, Jorge Lima.