Saiba como uma noite mal dormida influencia na sua vida enquanto acordado

Após um dia de atividades e compromissos, é fundamental uma noite bem dormida. Nem sempre é fácil, porém, a tarefa de simplesmente deitar e adormecer. Muitas pessoas enfrentam distúrbios que afetam o momento de repouso, trazendo consequências para suas rotinas enquanto acordadas. Esse risco reforça a importância do descanso restaurador e a necessidade de cuidados para melhorar a sua qualidade.

O sono é um processo fisiológico, explica Amanda Lira, Médica do Sono do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, da Universidade Federal de Alagoas (Hupaa-Ufal). Para que ele exerça sua função de descanso e reparação das funções orgânicas, é preciso que tenha a qualidade necessária (equilíbrio nas fases do sono) e com o tempo suficiente de, em média, oito horas diárias.

“Cuidar do sono, além de contribuir para a preservação da saúde do corpo e da mente, gera mais disposição e bem-estar para viver e desfrutar da vida durante o dia em sua plenitude”, reforça a médica.

Distúrbios do sono

A prevenção e o tratamento de alterações dos distúrbios do sono já começam com cuidados ao longo do dia e não somente ao se deitar, alerta a especialista: “Praticar atividade física regularmente, preferencialmente pela manhã, e realizar atividades de relaxamento são algumas orientações importantes que fazem parte da higiene do sono e que ajudam as pessoas a terem noites bem dormidas”, descreveu Amanda.

LEIA MAIS: Médicos divulgam data em que Papa terá alta; Vaticano diz que ele fará saudação aos fiéis

Existem opções terapêuticas que ajudam a melhorar a qualidade do sono de acordo com o distúrbio diagnosticado. A médica cita, por exemplo, o caso da apneia obstrutiva do sono, problema que envolve a dificuldade em manter a respiração adequada enquanto dorme.

A condição reduz a oxigenação e pode provocar grandes danos ao sistema cardiovascular (aumento da pressão arterial, risco de infarto e arritmias) e ao sistema neurológico (risco de AVC e demências) e, em situações graves, até a morte súbita.

VIU ISSO? Câmeras de vídeo podem se tornar obrigatórias em carros de transporte por aplicativo

Para esses casos, além das dicas de higiene do sono e das boas práticas para a saúde, existem tratamentos que podem envolver procedimento cirúrgico ou o uso do aparelho de Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas (CPAP).

Imunidade, processos biológicos e cognição

É durante o sono que acontece uma série de processos biológicos, metabólicos, imunológicos e hormonais, esclarece Manoel Sobreira, neurologista especialista em Medicina do Sono do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará (CH-UFC). “Um indivíduo que dorme mal acaba tendo maior suscetibilidade a riscos de infecções por desregulação do processo imunológico. É durante o sono, também, que há produção e regulação de hormônios, como o de crescimento, então é importante que possamos ter um sono de qualidade para ter uma produção hormonal adequada”, alerta.

O sono também é fundamental para os aspectos cognitivos relacionados à atenção e à consolidação da memória. Manoel Sobreira, inclusive, citou como exemplo uma prática que muitas pessoas fazem antes de provas importantes, a de reduzir o sono para ampliar o tempo de estudo: “A médio e longo prazos isso não é sustentado porque você precisa dormir bem para ter memorização e atenção adequadas durante a avaliação”.

Insônia e uso de medicamentos

Um dos grandes problemas envolvendo a rotina do sono é a insônia, seja na situação de iniciar o sono ou permanecer dormindo (despertar precoce). Ela pode ser desencadeada por fatores como:

• Estresse
• Cochilos durante o dia
• Alterações emocionais
• Exposição excessiva à luz e a equipamentos com telas (como televisão, celulares, computadores e tablets) após o entardecer
• Não consumir bebidas cafeinadas ou outros estimulantes perto da hora de dormir
• Evitar bebidas alcoólicas perto da hora de dormir
• Rotina irregular

“Pacientes que têm dificuldades para dormir devem que ser investigados para que sejam identificados os fatores que desencadearam essa insônia e se ela já se tornou crônica quando durar mais de três meses”, explicou Fernanda Chrispim, otorrinolaringologista e especialista em Medicina do Sono do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG).

O tratamento para essas condições inclui mudanças comportamentais, técnicas de relaxamento e, caso necessário, uso de medicamentos, especialmente em casos de distúrbios psiquiátricos, como ansiedade e depressão.

SIGA O ABCMAIS NO GOOGLE NOTÍCIAS!

“Estes são pacientes que devem ser medicados, mas sempre sob orientação médica. Já os medicamentos conhecidos como calmantes naturais, que são fitoterápicos, podem ter uma boa indicação para a população em geral, mas também devem ser utilizados com recomendação profissional”, ressaltou Chrispim.

Com informações de Agência Gov