Tintas MC: De lojinha de bairro a império milionário – história se cruza até com Pelé

A trajetória da Tintas MC é marcada por desafios e conquistas ao longo de mais de seis décadas. Fundada na década de 1960 por três irmãos imigrantes portugueses, a empresa que começou em um pequeno espaço de 20 metros quadrados em São Paulo, hoje mira a marca de R$ 1 bilhão de faturamento anual.

À frente desse crescimento está Renato Sá, CEO da companhia, que em entrevista ao podcast Do Zero ao Topo compartilhou as histórias de empreendedorismo e superação da marca, à apresentadora Mariana Amaro.

Durante o bate-papo, Renato Sá relembrou os momentos marcantes da Tintas MC e destacou a persistência e a visão empreendedora que impulsionaram o crescimento da rede, mesmo em tempos de crises econômicas e instabilidades financeiras.

Começo humilde e visão inovadora

A história da Tintas MC começou quando os irmãos Manoel, Armando e Amilcar, filhos de imigrantes portugueses, decidiram abrir uma pequena loja na capital paulista. “Eles chegaram ao Brasil com praticamente nada, mas com uma grande vontade de prosperar”, contou Renato. Manoel, o irmão mais velho e responsável pela criação da empresa, tinha experiência no setor de tintas e decidiu arriscar no próprio negócio.

Logo nos primeiros anos, a loja já mostrava um diferencial em relação à concorrência: a preocupação com a organização e apresentação dos produtos. Em uma época em que as lojas de tinta eram bagunçadas e pouco atrativas, os irmãos investiram em layout de prateleiras e merchandising visual, mesmo sem formação técnica na área.

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Expansão e legado familiar

Com o tempo, a Tintas MC expandiu suas operações e abriu filiais em diferentes regiões do estado, conquistando um público fiel e mantendo um forte vínculo com os clientes. Renato lembra que, desde pequeno, acompanhava o pai nas visitas às lojas e oficinas mecânicas, absorvendo a rotina do negócio e o espírito empreendedor que permeava a família. “Eu cresci dentro da loja, visitando clientes com meu pai aos sábados. Era cansativo, mas eu queria estar ao lado dele”, relembrou.

O crescimento da rede também foi impulsionado pelas conexões criadas ao longo dos anos.

“Era impressionante como o tio Manoel conseguia mobilizar grandes nomes para a marca. Isso deu muita visibilidade e fortaleceu nossa imagem”, contou Renato.

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Persistência e aprendizado com os erros

Renato também compartilhou lições aprendidas ao longo da gestão da companhia, destacando a importância de não se precipitar no mundo dos negócios. “Errei muito por ter pressa. Nem sempre as coisas mais rápidas são as melhores. As conquistas mais bacanas da minha vida foram as mais lentas e trabalhosas”, refletiu.

Para ele, empreender no Brasil exige uma dose de otimismo e um pouco de loucura. Sobre o futuro, o CEO revela que o objetivo agora é alcançar o faturamento bilionário e continuar investindo na expansão da rede.

Crescimento acelerado

Renato destacou ainda o rápido crescimento da empresa, que saiu de 42 para 250 lojas em apenas sete anos. Ele relembra ainda o momento em que passou uma década longe do negócio da família.

Após esse período, retornou com uma visão completamente diferente sobre o mercado e focado em resultados. A experiência fora do país, acrescentou, o ajudou a enxergar a empresa por um novo ângulo, identificando pontos fortes e oportunidades de melhoria.

Aberturas de lojas

Segundo Sá, o plano de crescimento incluiu a abertura de lojas próprias, fusões, aquisições e o fortalecimento da rede de franquias, que se tornou peça-chave para o desenvolvimento da companhia.

“Começamos a olhar para pequenas redes e para o modelo de franquia, que também pode exponenciar”, afirma o CEO. Com isso, o grupo diversificou seus negócios, que hoje incluem uma exportadora, a QMC Sport, e uma startup em fase de testes.

A estratégia de expansão deu frutos rapidamente, levando a Tintas MC a se consolidar como uma das maiores redes do segmento no Brasil.

Em 2023, o grupo registrou faturamento de R$ 760 milhões, somando os ganhos dos franqueados, e projeta atingir o bilhão neste ano. Para Sá, alcançar a marca não é apenas uma questão de volume, mas de eficiência e profissionalização.

Franquias: o caminho para colorir o Brasil

A virada de chave para o modelo de franquias veio com uma mudança de mentalidade sobre o potencial da empresa.

Sá conta que, ao retornar à companhia, percebeu que transformar a Tintas MC em uma rede de franquias poderia fortalecer as relações com fornecedores e expandir a presença em novos mercados. O processo incluiu uma consultoria com o especialista Marcelo Cherto, que ajudou a estruturar o plano de franchising de forma sólida e segura.

O movimento não nasceu de uma necessidade urgente de crescimento, mas da vontade de consolidar a missão de “colorir o Brasil”, que já fazia parte da cultura interna da empresa.

Desafios e conquistas no varejo de tintas

Mesmo com o mercado de tintas extremamente pulverizado, a Tintas MC se consolidou como um player relevante, estabelecendo parcerias estratégicas com grandes marcas como Souvenir, Sherwin-Williams e Coral. A criação de uma marca própria também fortaleceu o portfólio e ampliou as possibilidades de atuação.

Para Sá, a conquista de uma posição de destaque no setor está diretamente ligada à capacidade de adaptação e inovação. “Somos uma empresa de 60 anos, mas com a energia de um jovem de 20. Continuamos em movimento, buscando novas oportunidades e mantendo boas relações com fornecedores e parceiros”, afirma.

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Sobre o do Zero Ao Topo

Em mais de 200 episódios, o videocast/podcast de negócios Do Zero ao Topo conta a história dos empreendedores e empresários por trás das maiores empresas do país.

Em cada episódio, o ZAT traz um fundador ou fundadora, em uma conversa franca sobre como iniciou os negócios, os desafios enfrentados ao longo dos anos, as incertezas e os momentos decisivos para a empresa.

Acesse este podcast pelo: Spotify, Spreaker, iTunes, Deezer, Castbox e outros aplicativos de podcast.

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