Monitorada com GPS, onça resgatada filhote em MT só circula em mata fechada após soltura


Xamã foi encontrado em 2022 e passou quase dois anos em reabilitação. Desde a soltura, já percorreu cerca de 13 mil hectares e só se desloca por áreas de mata fechada. A soltura do felino ocorreu em outubro do ano passado
🐆Resgatada ainda filhote na região de Sinop, a 503 km de Cuiabá, em 2022, a onça-pintada Xamã, foi reintroduzida na natureza em outubro de 2024, tornando-se o primeiro macho de onça-pintada a ser solto na Amazônia pela equipe do projeto Onçafari, no Pará, onde passou por reabilitação.
Cinco meses após a soltura, os dados obtidos pelo colar de monitoramento GPS mostram que Xamã percorreu uma área de cerca de 13 mil hectares e tem exibido comportamentos fundamentais para a sobrevivência da espécie na natureza.
Segundo os pesquisadores, o animal evita completamente áreas abertas e de plantação, optando por se deslocar apenas em regiões de mata fechada. “Seu deslocamento é feito somente em áreas de mata fechada (…) Xamã passou de um filhote assustado (…) para um jovem curioso, mas que manteve seu comportamento arisco, evitando a presença humana”, diz a postagem do Onçafari.
Ainda de acordo com o organização, desde a soltura, Xamã já percorreu uma área de aproximadamente 13 mil hectares.
Xamã percorreu uma área de 13 mil hectares
Onçafari
Do resgate ao retorno à floresta
Xamã foi encontrado sozinho, sem a mãe, por cães em uma propriedade rural em Sinop, no norte de Mato Grosso.
Assustado e com comportamento arredio, ele foi resgatado e passou por exames de saúde antes de ser transferido, em janeiro de 2023, ao centro de reabilitação do Onçafari no Pará. Lá, ele reaprendeu a ser uma onça selvagem, mantendo sua distância de humanos e desenvolvendo habilidades de caça e sobrevivência.
Durante o tempo no recinto, Xamã buscava abrigo nas áreas mais densas de vegetação, comportamento que se manteve após a soltura.
Bióloga explica sobre reintegração de onça-pintada
Monitoramento e impacto
O colar de monitoramento utilizado por Xamã foi ajustado cuidadosamente para não interferir em seus movimentos ou comportamento. Os dados fornecem informações em tempo real sobre rotas de deslocamento, área de vida e adaptação ao ambiente, sendo fundamentais para ações futuras de conservação.
A história do animal foi registrada em um documentário produzido pela Proteção Animal Mundial, já disponível no YouTube, e virou símbolo do trabalho de reintrodução realizado pelo Onçafari.
Além da soltura de Xamã, o projeto já reintroduziu outras onças emblemáticas como Isa e Fera, no Pantanal, e Pandora, Vivara e Jatobazinho, na Amazônia e na Argentina.
Xamã foi resgatado aos 8 meses de vida, em uma área desmatada e com focos de incêndio.
Reprodução
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