Saylor agora detém 2,41% de todo o Bitcoin do mundo e ignora o botão de vender

A MicroStrategy, sob liderança de Michael Saylor e agora operando publicamente como “Strategy”, anunciou nesta segunda-feira (24) a compra de mais 6.911 bitcoins. Desse modo, levando seu estoque total para impressionantes 506.137 BTC, o equivalente a US$ 33,7 bilhões em custo de aquisição.

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A nova rodada de compras foi realizada entre os dias 17 e 23 de março, ao custo médio de US$ 84.529 por unidade, segundo comunicado oficial enviado à SEC (U.S. Securities and Exchange Commission) por meio do formulário 8-K.

A marca representa 2,41% da oferta total de Bitcoin já minerada. Mas o número é ainda mais expressivo quando se descontam os bitcoins perdidos e os que pertencem a Satoshi Nakamoto. Esse montante soma entre 15% e 20% do total, de acordo com estimativas da Chainalysis e da River Financial. Com esses ajustes, o domínio de Saylor sobre o fornecimento circulante de BTC ultrapassa 3% da oferta líquida global.

Da dívida à dominação

Michael Saylor, cofundador da MicroStrategy, transformou a empresa de software em um veículo agressivo de acumulação de bitcoin desde 2020.

Com uma estratégia de engenharia financeira inovadora, a companhia financiou aquisições massivas por meio de emissões de dívida conversível, ações preferenciais e programas de venda de ações “at-the-market” (ATM).

Só nesta última rodada, a Strategy arrecadou US$ 592,6 milhões com a venda de ações ordinárias e US$ 1,1 milhão em ações preferenciais, ambos sob autorização de emissão de até US$ 21 bilhões cada.

A média de aquisição dos 506.137 bitcoins agora no cofre da empresa é de US$ 66.608 por BTC, o que deixa a companhia atualmente com lucro, dado que o preço do ativo no mercado gira em torno de US$ 70 mil.

A aposta infinita?

Enquanto críticos comparam a tática de Saylor a uma espécie de esquema de refinanciamento perpétuo, lembrando uma pirâmide financeira disfarçada, os defensores veem a estratégia como genial.

A empresa emite dívida e vende ações quando o mercado está otimista, para comprar ainda mais BTC. Isso cria um ciclo de alavancagem baseado na confiança na valorização contínua do Bitcoin.

Anteriormente, em novembro de 2024, a Strategy abriu um programa de emissão de ações ordinárias de US$ 21 bilhões, expandindo sua capacidade de comprar ainda mais. A empresa chegou a adquirir mais de 106 mil bitcoins em apenas duas semanas, nas maiores compras corporativas da história da criptomoeda.

E se a Strategy falhar?

A escalada da MicroStrategy levanta uma questão sistêmica: o que acontece com o mercado de Bitcoin se a empresa quebrar? Como detentora de 2,41% da oferta total (e mais de 3% da oferta líquida), qualquer liquidação forçada de ativos teria um efeito brutal nos preços.

Analistas alertam que o colapso da empresa poderia iniciar um “inverno cripto profundo”, afetando inclusive altcoins, cujo desempenho ainda é altamente correlacionado ao Bitcoin.

Nada de vender

Apesar dos riscos, Saylor e sua equipe seguem inabaláveis. A empresa inclusive mantém um “Strategy Dashboard” em seu site para comunicar, de forma transparente, todas as movimentações de compra, preço médio, e posição atual em BTC. Para o mercado, o sinal é claro: eles não vão vender, vão comprar mais.

Se a história julgar Saylor como gênio ou insano, ainda está por ver. Por ora, uma coisa é certa: ele é, de longe, o maior hodler corporativo do planeta.

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