Um quilômetro de insegurança: O trajeto perigoso de crianças a caminho da escola

Moradores da Vila Flores, no bairro Canudos, em Novo Hamburgo, cobram medidas urgentes para garantir a segurança de pedestres no trecho da Estrada Integração Leopoldo Petry, próximo a Rua Guia Lopes. A maior preocupação é com as crianças que estudam na Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) Cel. Guilherme Gaelzer Neto, no bairro Santo Afonso, que precisam atravessar a via diariamente, enfrentando riscos devido à falta de infraestrutura adequada.

Com medo de que os filhos sejam atropelados, mãe acompanha crianças rumo a escola em trecho perigoso da Estrada Leopoldo Petry | abc+



Com medo de que os filhos sejam atropelados, mãe acompanha crianças rumo a escola em trecho perigoso da Estrada Leopoldo Petry

Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

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O problema começa com a ausência de passeio público em um dos lados da estrada e a falta de manutenção na calçada do outro lado, tomada pelo matagal. Isso obriga os pedestres a caminharem pela pista, em meio ao tráfego intenso de veículos em ambos os sentidos. Além disso, a única faixa de pedestres existente no trecho está praticamente apagada, o que faz com que motoristas não respeitem a travessia.

Moradores sugerem instalação de semáforo para pedestres

Os moradores relatam que muitas vezes precisam se arriscar no meio da rua para tentar garantir a passagem das crianças, expondo-se a um perigo constante. Diante dessa situação, eles cobram a construção de uma calçada no lado onde não há passeio público, a limpeza e manutenção da calçada existente, o reforço da sinalização e a instalação de uma semáforo para pedestres.

Com passeio público em apenas um lado da estrada, mato praticamente impede passagem de Leandra Machado e o filho pelo trecho | abc+



Com passeio público em apenas um lado da estrada, mato praticamente impede passagem de Leandra Machado e o filho pelo trecho

Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

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A insegurança tem impactado diretamente a rotina das famílias. Leandra Pinto Machado, 33 anos, mãe de Kauan, 10, conta que já perdeu empregos por precisar se atrasar para garantir que o filho atravesse a via com segurança. Segundo ela, os motoristas não respeitam os pedestres e, muitas vezes, param sobre a faixa de segurança.

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“Todos os dias pela manhã, a gente sente medo, porque os motoristas não respeitam. A faixa de segurança está apagada, não tem calçada, e onde tem, só tem mato. Hoje de manhã, uma mãe teve que parar no meio da faixa para conseguir atravessar o filho, porque os carros simplesmente não param”, relata.

Além do medo, essa situação impacta a vida de Leandra de outra forma. “Já fui demitida duas vezes porque chego atrasada, mas preciso levar meu filho, porque tenho receio de ele ser atropelado. E quando ele sai da escola perto do meio-dia, fico angustiada, porque estou no serviço e não posso buscá-lo”, desabafa.

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A mesma preocupação atinge Adenize Brocker Paranhos, 36, mãe de três meninos de 5, 6 e 9 anos, que reforça a necessidade de melhorias na estrutura do local. Além de pedir uma sinaleira para pedestres, ela cobra a construção de uma calçada no lado onde não há nenhuma estrutura e a limpeza da calçada já existente.

Leandra e Adenize, moradoras da Vila Flores, no bairro Canudos, temem pela segurança dos filhos a caminho da escola | abc+



Leandra e Adenize, moradoras da Vila Flores, no bairro Canudos, temem pela segurança dos filhos a caminho da escola

Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

“Nós não temos onde passar com nossos filhos. Tenho três crianças, e, às vezes, um deles precisa caminhar comigo pela rua enquanto os carros passam em alta velocidade. Já aconteceu de um carro quase passar por cima dos meus pés enquanto eu tentava atravessar. Além disso, há idosos que precisam passar pelo trecho para ir ao postinho. A gente precisa de mais segurança”, afirma.

A Prefeitura de Novo Hamburgo foi procurada, mas, até a publicação desta matéria, não havia retornado o contato.

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