Vinho: quais são os benefícios da bebida para a saúde?

Ao longo dos séculos, o vinho tem sido apreciado por seu sabor e pelo papel cultural em diversas sociedades, assim por seus benefícios à saúde. Estudos indicam que a bebida pode contribuir para a saúde cardiovascular, melhorar o perfil lipídico e até atuar como antioxidante. 

O segredo estaria nos polifenóis, compostos bioativos presentes principalmente no vinho tinto, que possuem propriedades anti-inflamatórias e podem auxiliar na proteção das células contra o estresse oxidativo.

O vinho tinto apresenta a maior quantidade desses compostos, e segundo especialistas, seria o ideal para consumir e absorver os benefícios. Enquanto o tinto contém em média 1,8 g por litro de polifenóis, o vinho branco contém de 0,2 a 0,3 g por litro.

No entanto, apesar das possíveis vantagens, o consumo de vinho — como qualquer bebida alcoólica — exige moderação. O álcool pode ter efeitos negativos no organismo, e a frequência com que a bebida é ingerida pode determinar se seu impacto será positivo ou prejudicial. 

Os compostos do vinho e seus efeitos no organismo

A nutricionista e doutora pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) Débora Strose Villaça destaca que os polifenóis presentes no vinho podem contribuir para a saúde metabólica e intestinal. 

Os polifenóis estão no vinho tinto, por conta da casca da uva utilizada no desenvolvimento da bebida. Esses ativos protegem as células contra o estresse oxidativo, um dos fatores que contribuem para o envelhecimento e doenças cardiovasculares. 

Um dos polifenóis mais conhecidos no vinho tinto é o resveratrol, associado à melhora da função cardiovascular e a efeitos protetores contra o envelhecimento celular. Segundo a nutricionista, a quantidade de resveratrol em um copo de vinho está em torno de 1 a 2 miligramas. 

“Dependendo do consumo de vinho, pode não ser suficiente para alcançar os benefícios do resveratrol. Desta forma, o consumo de suco de uva roxa e o consumo de amora e uva podem aumentar o benefício”

— Débora Strose Villaça, nutricionista

Ela reforça que o consumo leve e moderado de vinho tinto em pessoas saudáveis tem sido associado com melhora do perfil lipídico e diminuição do estresse oxidativo. Além disso, a bebida pode ajudar no equilíbrio da microbiota intestinal. 

“A presença desses compostos bioativos ajuda a equilibrar a microbiota intestinal, promovendo o crescimento de bactérias benéficas que favorecem uma melhor absorção de nutrientes”, disse.

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Já o cirurgião vascular Ivan Casella, diretor da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP), destaca que o vinho tinto também pode beneficiar a saúde cardiovascular. Segundo ele, esses mecanismos ajudam a reduzir fatores de risco para doenças do coração.

“O vinho, assim como o suco de uva, possui substâncias que inibem a oxidação do colesterol ruim (LDL – Lipoproteína de Baixa Densidade) e diminuem a agregação plaquetária no sangue, contribuindo para melhorar a função vascular”, disse.

Porém, ele destaca que o álcool em excesso pode provocar desidratação, o que aumenta discretamente o risco de trombose, além de provocar prejuízos aos valores de pressão arterial e pode causar dependência.

Ainda, não são todos que podem consumir o vinho livremente. Casella reforça que há certas categorias de pacientes, como diabéticos e portadores de doenças do fígado, em que o consumo de álcool é muito prejudicial, anulando quaisquer benefícios.

Existe uma quantidade segura para obter os benefícios?

Mesmo com as vantagens, os especialistas alertam que a ingestão deve ser controlada. “Apesar do consumo do vinho trazer benefícios à saúde, o consumo de álcool de forma frequente não é recomendado, pois aumenta o risco de outras doenças”, afirma Débora.

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Casella reforça que a moderação é essencial para evitar prejuízos. “Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um consumo moderado de vinho equivale a uma dose diária para mulheres e duas doses para homens, o que seria aproximadamente 90 ml de vinho tinto ou 125 ml de vinho branco”, explica. 

No entanto, ele lembra que esse limite não se aplica a todos os indivíduos. “Sempre há o risco do indivíduo sofrer adição e tornar-se um dependente do álcool”, alerta.

Portanto, embora o vinho possa trazer benefícios para o organismo, seu consumo deve ser equilibrado e, de preferência, orientado por um profissional de saúde.

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