Academias criam ‘espaços kids’ para ajudar mães, mas acesso ainda é limitado

Mulheres na academia

Mulheres ainda são as principais cuidadoras dos filhos – mesmo nos dias de hoje. Uma pesquisa do Datafolha, feita em 2024, mostra que 69% dos brasileiros acreditam que são elas que devem ser as principais responsáveis pelo cuidado de filhos recém-nascidos.

Esse papel pode dificultar a conciliação entre a maternidade, o trabalho e o bem-estar pessoal.

Ao considerar especialmente a parte de saúde e bem-estar, algumas academias premium de São Paulo criaram espaços exclusivos para crianças, conhecidos como “espaços kids”.

Redes como BodyTech e Competition oferecem salas com atividades infantis supervisionadas, permitindo que os pais treinem com mais tranquilidade.

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Em entrevista à Folha de S. Paulo, Paula Toyansk, gerente nacional de Acqua e Kids da BodyTech explica que o objetivo é levar mais conforto para toda a família, especialmente considerando os desafios do dia a dia, como trabalho e deslocamento.

Ela explica também que além da praticidade, há um custo-benefício, já que o serviço está incluído na mensalidade.

A academia Competition segue o mesmo conceito, com atividades monitoradas para o público infantil. De acordo com a reportagem, a iniciativa surgiu há 20 anos para apoiar as famílias na busca por mais qualidade de vida. 

Desafios continuam

Porém, o valor do serviço é inacessível para muitas mulheres e a ideia não é difundida no mercado. A mensalidade fica entre R$ 500 e R$ 1.200, e as mulheres que não conseguem pagar o preço desse tipo de academia acabam desassistidas.

Algumas academias justificam a ausência desses espaços alegando questões de segurança, pois não permitem a permanência de menores de 14 anos em suas instalações.

A falta de suporte para mães que desejam manter uma rotina de autocuidado reflete uma questão cultural. À Folha, a psicóloga Fernanda Pimenta destaca que esse aspecto social está enraizado, principalmente para mulheres em relacionamentos heteronormativos.

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Criar espaços onde as crianças possam ficar enquanto as mães se exercitam pode representar uma rede de apoio essencial para evitar que o autocuidado seja deixado de lado, algo que, segundo a psicóloga, precisa ser feito para que haja uma pessoa além da maternidade. 

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