Alerta: Vírus perigoso para bebês e idosos tem maior circulação no outono; veja como proteger a sua família

Com as mudanças de temperatura que se iniciam no outono, os termômetros e a umidade do ar caem, assim como a poluição aumenta. Isso favorece a circulação de vírus e bactérias e, dentre eles, está uma das principais causas de bronquiolites e pneumonias em crianças: o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), segundo a infectologista Lessandra Michelin.

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Vírus é mais perigoso para bebês e crianças de até 4 anos, assim como para pessoas acima dos 60 | abc+



Vírus é mais perigoso para bebês e crianças de até 4 anos, assim como para pessoas acima dos 60

Foto: Freepik

VSR: Um perigo para bebês, crianças e idosos

O Ministério da Saúde explica que o VSR ataca os pulmões e as vias respiratórias, especialmente em bebês e crianças pequenas, embora possa afetar pessoas de qualquer idade. O vírus também é perigoso para pessoas acima de 60 anos, que podem apresentar quadros mais graves e até falecer, conforme a infectologista.

Ele pode ser responsável por até 75% dos casos de bronquiolite e 40% das pneumonias durante certas épocas do ano. No Sul, ele costuma circular com mais frequência entre abril e agosto. Já em outras partes do Brasil, os períodos mudam.

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O ministério afirma que 10% das crianças que têm a primeira infecção pelo VSR precisam ser hospitalizadas, metade delas vai para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o risco de hospitalização é ainda maior em bebês com até cinco meses de idade.

Em 2024, no Rio Grande do Sul, quase 2,8 mil pessoas foram hospitalizadas, das quais mais de 2 mil tinham menos de 1 ano e quase 500 tinham até 4, segundo o Painel de Hospitalizações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) da Secretaria de Saúde do governo do Estado.

No mesmo ano, 807 pessoas foram para a UTI, totalizando 28,9% de todas as internações pelo vírus. E 55 morreram, dos quais 39 tinham entre 60 e 79 anos.

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Sintomas do VSR

Os sintomas variam e podem ser confundidos com outras infecções respiratórias, como a covid-19 e a gripe, enquanto alguns nem mesmo possuem sinais. A Sociedade Brasileira de Imunização (Sbim) lista alguns:

• Coriza, tosse leve e, em alguns casos, febre aparecem no começo;
• Em um a dois dias, pode haver piora da tosse, dificuldade para respirar, aumento da frequência respiratória, com chiado a cada expiração, e dificuldade também para mamar e deglutir;
• Como sinal da menor oxigenação, pode haver azulamento dos dedos e lábios;

Na maioria das crianças, os sintomas são leves, semelhantes aos de resfriado comum. Porém, em menores de 2 anos, a infecção pode evoluir, com os sinais ficando mais graves e associados à bronquiolite.

Já grande parte dos adultos apresenta uma infecção leve, com sintomas que duram alguns dias. “A infecção pelo VSR pode piorar ou descompensar doenças crônicas pré-existentes. Isso leva a taxas de internação mais altas e, consequentemente, à deterioração do quadro geral de saúde, com perda de independência, declínio cognitivo, e prejuízos na funcionalidade e na qualidade de vida no período posterior à doença”, pontua.

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Quando ir à emergência?

O recomendado é procurar a emergência pediátrica assim que a criança sentir chiado no peito (sibilância), falta de ar, dificuldade ou dor para respirar. Já idosos podem sentir febre, falta de apetite, dor de cabeça ou no corpo, junto aos sinais respiratórios, segundo a médica.

Como VSR é transmitido

A transmissão acontece de uma pessoa para a outra pela tosse ou espirro ou ao tocar objetos e superfícies contaminadas. Assim, o vírus se espalha facilmente e entra no corpo pelas mucosas dos olhos, boca e nariz. “Vale alertar ainda que crianças pequenas são frequentemente expostas e infectadas pelo VSR, principalmente em ambientes como creches, escolas, parquinhos e festinhas”, afirma a infectologista.

Ainda de acordo com Lessandra, as crianças que estão em idade escolar são responsáveis por cerca de 54% a 73% das infecções domiciliares. “Poderão transmitir o vírus aos adultos que têm convivência próxima, como pais e avós”, diz.

O vírus fica incubado de quatro a cinco dias, mas a pessoa pode espalhar o vírus por oito dias ou até melhorar de fato. Além disso, o tempo pode ser maior entre bebês ou pessoas com o sistema imunológico fraco, conforme o Ministério da Saúde.

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Os bebês que correm mais riscos

Existem fatores que aumentam o risco de bebês ficarem doentes ao serem expostos ao VSR, explica o Ministério da Saúde. Dentre eles, estão:

• ser prematuro;
• ter doenças pulmonares crônicas;
• problemas no coração desde o nascimento;
• sistema imunológico enfraquecido.

O tratamento

Não há um tratamento específico para VSR, assim como gripes. A maioria dos pacientes se recupera em até sete dias, se restabelecendo totalmente. Já quem desenvolve quadros mais graves, pode precisar de cuidados especializados e até ficar internado na UTI, conforme a Sbim.

Como prevenir o VSR?

Uma das principais formas de prevenir a VSR é pela vacinação, segundo a Sbim. Além disso, existem outras maneiras de evitar o contágio:

• lavar as mãos frequentemente;
• evitar tocar no rosto, nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas;
• cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar;
• evitar contato próximo com pessoas doentes;
• limpar e desinfetar superfícies que são tocadas com frequência;
• evitar sair de casa quando estiver doente.

*Fontes: Ministério da Saúde, Sbim; SRAG.

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