Bolsonaro pede suspeição de ministros do STF e critica denúncias

Poucas antes do início do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que analisa denúncias contra ele e mais sete aliados, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar as denúncias feitas contra ele no caso da suposta trama golpista. Segundo o ex-presidente, o julgamento começou no foro errado e a delação usada pela acusação é completamente irregular, com supostas ameaças contra a família do delator.

O ex-presidente fez as declarações ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Brasília, nesta terça-feira (25/3). A defesa de Bolsonaro chegou a solicitar que dois ministros do STF, Cristiano Zanin e Flávio Dino, não partipassem da análise da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Ambos foram indicados pelo atual presidente Lula (PT).

“Meus advogados vão levantar a tese de novo sobre o foro. Onde o Lula foi julgado? Primeira instância. Há poucas semanas mudou-se o entendimento de foro. Para exatamente eu ficar na Primeira Turma (do STF). Depois questionaram a questão de plenário. Estão mantendo ainda a Primeira Turma”, argumentou.

O ex-presidente também criticou o foro de julgamento da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, que pichou “perdeu, mané” na estátua “A Justiça”, na Praça dos Três Poderes. “É para ser julgada aqui (no STF) ou primeira instância?”, questionou. Bolsonaro está confiante na atuação dos advogados de defesa. Nas palavras do ex-presidente, eles conhecem com profundidade toda a jurisprudência do STF.

Bolsonaro também centrou fogo contra a delação do seu ex-ajudante de ordem, Mauro Cid. “A Lava-jato teve quase 200 delações. A minha teve uma, completamente irregular do começo ao fim. O vai e vem do delator, que estava ali pressionado de prenderem a esposa e a filha dele. Ou não era? Vocês viram as imagens. Os advogados pediram. A delação premiada você tem o início que você qualifica o delator até o final. Os advogados pediram os vídeos. Não chegaram ainda para gente”, criticou.

O ex-presidente considerou injusto o prazo para a defesa. Segundo o ex-presidente, a defesa teve 15 dias para responder a um processo de mais de 100 mil páginas, com áudios e vídeos. “Agora não deram a integralidade do que foi usado como prova”, concluiu.

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