Busca de recursos em Brasília e sem feira do livro em 2025: confira o que o prefeito Gustavo Finck disse em evento da ACI

O prefeito de Novo Hamburgo, Gustavo Finck (PP), participou, nesta terça-feira (25), do Prato Principal, reunião-almoço promovida pela Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha e Dois Irmãos (ACI-NH/CB/EV/DI), realizada no Centro de Eventos do Swan Tower. Durante o evento, apresentou um balanço das ações realizadas nos primeiros meses de gestão e discutiu as perspectivas para o desenvolvimento econômico do município nos próximos anos, na palestra intitulada “Novo Hamburgo: Uma Cidade em Transformação”.

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Prefeito Gustavo Finck (PP) foi o palestrante no o Prato Principal  da ACI desta terça-feira (25) | abc+



Prefeito Gustavo Finck (PP) foi o palestrante no o Prato Principal da ACI desta terça-feira (25)

Foto: Joceline Silveira/GES-Especial

Diante do decreto de calamidade financeira e da tramitação do projeto de lei que cria o Programa de Recuperação Fiscal (Refis) na Câmara de Vereadores, Finck destacou medidas voltadas à desburocratização, transparência e simplificação de processos administrativos, com ênfase na retomada do crescimento econômico.

Empresários presentes ao evento questionaram quais seriam as soluções planejadas para superar a crise financeira a médio e longo prazo. O presidente da ACI, Robinson Klein, ressaltou a importância de compreender o cenário atual e a capacidade de investimento do município. “Temos que buscar soluções e atuar em conjunto com o governo municipal para enfrentar esse desafio”, afirmou.

“Novo Hamburgo não tem motivos para comemorar”

Com tom descontraído, Finck iniciou seu discurso afirmando: “Deveria ter vindo com roupa de bombeiro e não de prefeito”. Ele ressaltou que a crise financeira do município ainda reflete os impactos da enchente de maio do ano passado, que afetou mais de 20,9 mil pessoas.

“Nosso primeiro passo foi conter a crise. Por isso, suspendemos o apoio à participação de empresas em feiras e a realização de eventos. Precisamos priorizar o equilíbrio fiscal antes de qualquer investimento adicional. Neste momento, Novo Hamburgo não tem motivos para comemorar”, afirmou durante a palestra que reuniu  parlamentares da base e da oposição, além de empresários e representantes de entidades de classe. 

A decisão de decretar calamidade financeira, publicada na última quarta-feira (19), foi justificada pela “grave crise fiscal do município”, que, de acordo com a gestão Finck, enfrenta um déficit de R$ 117,5 milhões em 2024 e uma dívida acumulada de R$ 200 milhões.

Desse montante, ainda conforme a atual gestão, R$ 80 milhões correspondem a despesas realizadas sem a devida autorização legal, ou seja, sem empenho. Na área da saúde, a dívida acumulada já atinge R$ 56 milhões.“ Vamos reconstruir a cidade, e sinto que os empresários estão ao nosso lado”, afirmou o prefeito.

Ele também celebrou o aumento na abertura de empresas, com 1.716 novos registros no primeiro bimestre de 2025, frente a 1.214 no mesmo período de 2024. Além disso, destacou o investimento no Centro de Inovação Tecnológica (CIT) como um pilar estratégico para transformar o município em um polo tecnológico.

Recursos federais no radar

Com a conclusão do levantamento realizado pelo Escritório de Projetos e a estruturação de 93 propostas aptas a receber investimentos, Finck adiantou que viajará a Brasília na primeira semana de abril para reuniões com a bancada do Partido Progressista (PP). O objetivo é apresentar a necessidade de investimentos em diversas áreas, com destaque para a saúde. Conforme o chefe do Executivo, o principal pleito da gestão será junto à bancada gaúcha, onde buscará um aporte de aproximadamente R$ 15 milhões para o Hospital Municipal.

“Vamos demonstrar a necessidade de investimentos no hospital, que, na realidade, já atua como uma referência regional para mais de 20 municípios da região. Embora ainda mantenha o nome de municipal, sua abrangência vai muito além de Novo Hamburgo”, explicou Finck.

Além do hospital, o prefeito também buscará recursos para melhorias nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Unidades Básicas de Saúde (UBSs). “Precisamos desafogar o hospital e isso só será possível com investimento nas unidades básicas de saúde.”

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Sem Feira do Livro em 2025

Durante o evento, o prefeito anunciou a suspensão da Feira Regional do Livro de Novo Hamburgo em 2025. Tradicionalmente realizada em outubro, na Praça do Imigrante, a feira já havia sido cancelada em 2024 devido ao decreto de calamidade pública, que impede o uso de recursos públicos para eventos festivos enquanto durar a situação de emergência.

Com a nova extensão, as restrições financeiras devem seguir até o dezembro, impactando na realização de outros eventos culturais do calendário oficial do município.

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