Defesa diz que provará inocência: “Não há um elemento sequer capaz de comprovar que minha cliente comandava tele-entrega de drogas”

A mulher presa na última sexta-feira (21) junto com o namorado durante uma operação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de São Leopoldo segue na carceragem do Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp), em Porto Alegre. O homem, de 24 anos, também continua preso, mas ainda não foi possível contato com sua defesa.

Mulher foi presa em operação contra o tráfico de drogas no Vale do Sinos | abc+



Mulher foi presa em operação contra o tráfico de drogas no Vale do Sinos

Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

A operação policial teve como objetivo desarticular um esquema de tráfico de drogas voltado para um público seleto, especialmente de classe média e alta, no Vale do Sinos. No entanto, no início desta semana, a defesa da mulher se manifestou publicamente, negando qualquer envolvimento da cliente com a narcotraficância e afirmando que irá provar sua inocência.

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A advogada Rebeca Canabarro, que representa a mulher de 26 anos, trabalha para revogar a prisão preventiva expedida pela Justiça, por meio da 4ª Vara Criminal da Comarca de São Leopoldo. Segundo a defesa, a cliente não tem qualquer histórico criminal e possui emprego formal, o que reforçaria a tese de que não há elementos que sustentem sua participação no tráfico.

“São inverídicas as afirmações acerca do envolvimento da investigada com o tráfico de drogas. Não há um elemento informativo sequer, colhido pela investigação da Draco, capaz de comprovar que [nome da investigada] comandava o suposto sistema de tele-entrega de drogas, como vem sendo veiculado”, declara.

Além disso, Rebeca destaca que a cliente já obteve uma decisão favorável na audiência de custódia realizada no último sábado (22), quando o juiz compreendeu que a quantidade de entorpecentes apreendida em sua residência não seria suficiente para caracterizar tráfico de drogas.

“O juízo, atendendo ao pleito defensivo acerca do uso pessoal, compreendeu inexistir provas de que os entorpecentes seriam utilizados para a narcotraficância”, explica a advogada. Apesar disso, a acusada segue presa por conta da ordem de prisão preventiva, que foi determinada antes mesmo do flagrante.

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Pedido de revogação da preventiva e possível recurso ao TJRS

A defesa informou que, nos próximos dias, entrará com um pedido de revogação da prisão preventiva na 4ª Vara Criminal de São Leopoldo. Caso o pedido seja negado, a advogada já adiantou que recorrerá ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), ingressando com um pedido de habeas corpus para garantir a liberdade da cliente.

“A inocência dela será devidamente comprovada, por intermédio de elementos probatórios, no momento oportuno”, reforça Rebeca Canabarro.

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Relembre o caso

A operação da Draco de São Leopoldo foi desencadeada na última sexta-feira (21) com o objetivo de desmantelar um esquema sofisticado de tráfico de drogas, que envolvia a tele-entrega de entorpecentes para clientes previamente selecionados. O casal preso na Rua Serraria, no bairro União (Vila Tico-Tico), em Estância Velha, foi acusado pela Polícia Civil de comandar a distribuição das drogas, tendo como público-alvo frequentadores de festas eletrônicas e pessoas de alto poder aquisitivo.

Durante a ação policial, foram apreendidas diversas porções de cocaína e maconha já fracionadas para a venda, além de um frasco contendo líquido de lança-perfume. Parte da droga foi encontrada em um armário da cozinha, em meio a alimentos.

Os policiais da Draco precisaram de seis meses para reunir provas suficientes contra os envolvidos, utilizando métodos como interceptações telefônicas, monitoramento por vídeo e até a infiltração de agentes, que se passaram por usuários de drogas com autorização judicial para registrar os flagrantes.

Além do casal preso no dia 21, um terceiro homem, de 35 anos, também foi detido. Ele já estava recolhido na Penitenciária Estadual do Jacuí por outro crime e recebeu um novo mandado de prisão preventiva. Segundo a investigação, esse homem seria o responsável pela parte financeira do esquema criminoso.

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Reveja o vídeo da operação policial

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