“Estamos bem abalados”, conta ex-colega de pai atingido por ônibus em Sapucaia do Sul

Um trabalhador bem-humorado, dedicado e sem tempo ruim. É assim que o servidor público Toni Vanderlei de Souza, de 62 anos, será lembrado por seus colegas de trabalho na Secretaria de Transporte e Mobilidade da Prefeitura de Sapucaia do Sul.

Abalado, o diretor de Mobilidade Samuel fala sobre a amizade que tinha com Toni

Ele e a filha Emanuelly de Souza, 5 anos, morreram atropelados por um ônibus desgovernado nesta segunda-feira (24), enquanto ele levava a menina para a escola, no loteamento Colina Verde, do bairro Vargas. Os velórios e sepultamentos ocorrem desde a manhã desta terça-feira (24), de forma separada.

Enquanto o velório de Emanuelly ocorreu na Funerária Moura, do bairro Dihel, Toni foi velado na capela do Cemitério Primor. A cerimônia de despedida, inicialmente prevista para as 14h30, foi antecipada para as 14h, com o objetivo de poupar a dor de amigos e familiares que sofrem intensamente com a perda.

O sepultamento, no Cemitério Municipal Pio XII, iniciou por volta das 14h30 e, após, ocorreu o sepultamento de Emanuelly. No local, amigos, familiares e colegas de trabalho faziam suas despedidas.

“É um baque muito grande para todos nós”

Entre eles, estava o diretor de Mobilidade, Samuel Luis Costa da Silva, 51, ex-secretário da pasta. “Conheci ele na administração que entrou em 2021. Compartilhávamos do mesmo trabalho, então a gente fez ali uma relação de amizade. No ano passado, ele veio trabalhar comigo, quando assumi como secretário, ele foi diretor, nos braços direitos da Mobilidade”, conta.

“Para o Toni não tinha tempo ruim. Nunca vi ele dizer que não ia conseguir fazer um serviço, ou chegar e ver ele com uma cara diferente, mal-humorado, e não falo isso porque ele partiu. Eu às vezes chegava com um problema, ele estava sempre de alto astral, sempre sempre, sempre”, continua.

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Samuel já não atua como secretário, mas a parceria permaneceu intacta até o fim. “Na segunda-feira pela manhã, ele chegou, me deu um abraço no meio da rua e disse ‘bom dia, chefe’. Eu disse ‘eu não sou mais o teu chefe’, e ele falou ‘você sempre vai ser meu chefe’”, lembra.

“É um baque muito grande para todos nós na secretaria, porque nós trabalhamos com mobilidade e a gente perdeu um colega, um amigo, justamente no trânsito. Isso dói muito”, completa.

Solange comenta a gentileza que Toni demonstrava aos colegas de trabalho

A consideração pelos colegas de trabalho também é lembrada pela atendente Solange Soberana, de 58 anos. “Ele sempre foi um bom colega com todos. Na semana passada teve uma bandeira que ficou presa, ele teve o carinho de pegar uma escada, de ajudar e sempre estava pronto para ajudar qualquer setor que precisasse. Estamos bem abalados mesmo”, diz. 

“Ontem de manhã ele participou do nosso café (da manhã), fez uma marmitinha para comer à tarde e não deu tempo, infelizmente”, continua.

Para lidar com a dor, conforme Solange, a união faz a força. “A gente está se unindo, um ajudando o outro. Tipo, fechar a secretaria, atende um, depois atende o outro, para levar adiante o que ele (Toni) queria. Ele era amigo de todos, sempre de bom humor, então a gente está tentando, em memória dele, ser o mais forte possível”, finaliza.

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