“Estamos de coração partido”: tio fala sobre a dor de perder menina morta em atropelamento

“Era um anjo que veio pra nos alegrar. Tenho certeza que ela deixou o legadinho dela. Era uma menina que adorava dançar, gostava de estar sempre brincando. Era querida por todo mundo”. Foi lembrando da doçura de Emanuelly de Souza, 5 anos, que o tio da menina Elton de Lima Feijó, 42 anos, falou sobre a dor da família ao perder a pequena, a caçula de seis irmãos.

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Elton de Lima Feijó, tio da menina que morreu atropelada por ônibus desgovernado



Elton de Lima Feijó, tio da menina que morreu atropelada por ônibus desgovernado

Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial

Ela e o pai, Toni Vanderlei de Souza, 62, morreram atropelados por um ônibus desgovernado, enquanto ele levava a menina para a escola, no bairro Colina Verde, em Sapucaia do Sul. O acidente aconteceu na Rua dos Sabiás, no início da tarde da segunda-feira (24). Ambos morreram no local.

Emanuelly está sendo velada na Funerária Moura, no bairro Dihel, e Toni, na capela do Cemitério Primor. Os dois serão sepultados na tarde desta terça-feira (25), no Cemitério Municipal Pio XII.

A Escola Municipal Walmir dos Santos Martins, onde a menina estudava, suspendeu as aulas nesta terça e explicou o motivo num cartaz, posicionado no portão de entrada, junto com uma faixa preta.

Revisão do itinerário

Feijó contou que o pai costumava levar a menina à escola. “Ela não tava sozinha, ela sempre ia pra escola acompanhada ou da irmã ou do pai. Eu acho que a indignação é porque ela não era uma menina que andava sozinha, ela sempre tinha acompanhante. Ela não estava correndo, brincando na rua. Ela estava indo pra escola, como nos outros dias”.

Na visão dele, há negligência por parte da empresa em permitir que um ônibus cumpra um roteiro naquele trecho, que ele considera arriscado para o tamanho do veículo, por ser uma lomba íngreme. “A gente tem muita indignação, porque eu acho que não poderia ter aquele ônibus ali. Aquela empresa tinha que ter pensado nisso antes: em frente a uma escola, sendo que quem conhece o bairro sabe, ele não pode parar ali, não poderia ser um ponto de parada do ônibus”, pontua, emocionado.

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“Acho muito importante a empresa revisar o itinerário, porque isso pode acontecer de novo. Na frente de uma escola, um ônibus de 44 lugares, todos têm uma noção do tamanho”, disse, citando o caso como tragédia. “Pra mim é uma injustiça muito grande. A gente quer justiça”, enfatiza.

A empresa Janiz Transportes, proprietária do ônibus, lançou nota ainda na tarde de segunda-feira, manifestando “profundo pesar pelo acidente” e ressaltando que o veículo envolvido era novo e o motorista experiente.

“É um momento muito difícil”

Feijó, que é irmão de Elisiane de Souza Lima, a mãe de Emanuelly, destaca ainda o sentimento que acometeu a família. “Estamos de coração partido e nada que eu fale pra minha irmã vai suprir a dor que ela tá sentindo. É um momento muito difícil pra nós. A Emanuelly era uma criança feliz, que vai deixar saudade em todos nós.”

 

 

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