JOÃO COUTO: Saiba o que disse o médico no fim dos interrogatórios no Foro de Novo Hamburgo

Foram encerrados, nesta terça-feira (25), os interrogatórios dos três primeiros processos que o médico João Batista Couto Neto responde pela morte de pacientes. As audiências no Foro de Novo Hamburgo tiveram encerramento por volta das 14h30. Somado às sessões do último dia 12, foram cerca de 14 horas de interrogatórios.

SIGA O ABCMAIS NO GOOGLE NOTÍCIAS!

João Couto e o advogado Brunno De Lia Pires saem do Foro de Novo Hamburgo  | abc+



João Couto e o advogado Brunno De Lia Pires saem do Foro de Novo Hamburgo

Foto: Gabriel Stöhr/GES Especial

Couto falou com exclusividade à reportagem ao final do interrogatório. Ele reafirmou que se considera inocente, e ainda comentou sobre sua fala há duas semanas, quando disse que as mortes eram o “ônus da profissão” para os médicos.

“Não acho que seja frieza. O que eu falei foi que, quanto aos ônus da profissão, não tinha remorso. Uma coisa é tristeza, outra coisa é remorso. Remorso é um sentimento derivado da culpa. Se ‘tu’ não é culpado de alguma coisa, ‘tu’ não pode ter remorso. Pode ter tristeza, pode ter qualquer coisa. Quando morre alguém próximo, tu não tem remorso se ‘tu’ não fez nada de errado, ‘tu’ tem tristeza. E é exatamente isso que eu quis dizer naquele dia. São sentimentos diferentes. Quando um ser humano morre, a gente tem tristeza. Se você for culpado de uma morte, aí sim vai existir o remorso” disse o réu.

CLIQUE AQUI E INSCREVA-SE NA NOSSA NEWSLETTER

O médico ainda disse que é necessário lidar com a doença quando se trabalha na área da saúde e que considera a morte de pacientes como falha. “A perda de um paciente para o médico é ruim para ele também porque é uma falha, porque ‘tu’ tá tentando salvar, e não consegue. Querendo ou não querendo, ‘tu’ falhou. Não tem como ‘tu’ dizer que ‘tu’ fica inerte a isso. Não é uma questão de indiferença, é uma questão de sentimentos diferentes.”

Além dos três homicídios, Couto é investigado por outras 39 mortes e tem mais de 100 inquéritos de lesões corporais em andamento.

ENTRE NO NOSSO CANAL NO WHATSAPP

O que diz a defesa

Na saída do Foro, o advogado do médico, Brunno De Lia Pires, explicou o andamento do processo e acredita que a defesa ocorreu de forma satisfatória. “O interrogatório é a última parte do processo e, nesse caso, foi realizado em duas parte porque tinham muitos fatos a serem explicados, e foram todos devidamente explicados pelo réu.”

Agora, segundo o advogado, abre-se o prazo para todas as partes se manifestarem a respeito de diligências complementares, junto de eventuais documentos. Posteriormente, abre-se o prazo para as alegações finais e, depois, para a decisão se o processo vai ou não ao Tribunal do Júri.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.