Motorista apontou falhas à empresa e ônibus que matou pai e filha passou por avaliação técnica horas antes do acidente, diz defesa

A defesa do motorista do ônibus desgovernado que matou pai e filha na tarde de segunda-feira (24) em Sapucaia do Sul afirma que o homem estava fora do veículo no momento do acidente relatando falhas técnicas do veículo à empresa Janiz Transportes.

Ônibus atropelou pai e filha e atingiu uma casa na segunda | abc+



Ônibus atropelou pai e filha e atingiu uma casa na segunda

Foto: Amanda Krohn/Especial

Em nota, os defensores do condutor enfatizam que seu cliente já havia comunicado à empresa as irregularidades no veículo. “Acerca do ônibus envolvido na tragédia, destaca-se que o veículo pertence à nova frota da empresa Janiz Transportes e, muito embora recém-inaugurado, já vinha
apresentando falhas técnicas reincidentes, inclusive com alertas luminosos no
painel”, diz trecho do documento.

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Por conta do aviso do motorista, a empresa teria encaminhado o coletivo para avaliação mecânica na manhã do dia em que o acidente aconteceu. Contudo, o veículo foi “liberado da oficina alguns momentos dos acontecimentos fatídicos”.

A nota ainda destaca que o motorista exerce a função desde 2006 e o homem de 42 anos “adotou todos os procedimentos de segurança habituais, certificando-se de que a trava de estacionamento estava corretamente acionada” antes de deixar o interior do veículo.

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A defesa lembra que o seu cliente foi surpreendido “com estrondoso barulho de vazamento de ar — o que leva a crer tratar-se da manifestação de falha mecânica nos freios — e, em ato contínuo,
vindo o veículo a movimentar-se em decida na rua onde encontrava-se estacionado”. O documento ainda diz, que ao perceber o movimento anormal do veículo, o motorista tentou contê-lo com as próprias mãos. O motorista também disse isso em depoimento à Polícia Civil na segunda-feira.

O delegado Gabriel Lourenço disse que perícia preliminar não apontou falhas nos freios do coletivo. Porém, o veículo passará por outras análises do Instituto-Geral de Perícia (IGP) e a investigação aguarda os laudos para entender se o veículo se deslocou por conta de alguma falha mecânica ou pelo não acionamento do freio de estacionamento. Com o resultado, será possível indicar se o motorista foi responsável ou não pelo atropelamento e mortes do servidor público Toni Vanderlei de Souza, de 62 anos, e da filha dele, Emanuelle de Souza, de 5 anos.

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A Janiz Transportes, disse em nota, no dia do acidente, que veículo é novo e frisou que o condutor “é um funcionário experiente e sempre realizou suas atividades com diligência, perícia e prudência”. A empresa também salientou que está “colaborando com investigações e os respectivos órgãos responsáveis”. 

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